Está praticamente na corrida a Belém mas, se não conseguir, promete criar um "Partido Muita Fixe".
Ele é músico, criativo, optimista e, pela terceira vez consecutiva, candidato a Presidente da República para 2011. Falamos de Manuel João Vieira (MJV), fundador e vocalista das bandas Ena Pá 2000, Irmãos Catita e, mais recentemente, do grupo Corações de Atum.
Dispensa apresentações formais e não se importa de (habitualmente) dar a cara pela luta contra o sistema. MJV não está em campanha eleitoral, mas ainda assim aceitou o convite do i para responder em directo, no nosso site, às questões de 411 leitores curiosos.
Uma troca de ideias, "meio pingueponguiana" que acabou por se transformar numa conversa íntima entre eleitores e, quem sabe, o futuro presidente português.
Mas vamos por partes. Para começar, MJV já está atrasado na corrida a Belém. A pouco mais de um mês da ida às urnas (a 23 de Janeiro), ainda não garantiu as 7500 assinaturas necessárias para formalizar a candidatura. Mas nem por isso deixa cair por terra os planos que já traçou para o país. Se ganhar o cargo de chefe de Estado, promete uma ida a Fátima, onde pretende levar a cabo, no futuro, a construção de uma "joelhovia", para facilitar a circulação dos peregrinos. E os planos estendem-se além-mar, com a promessa de um pontão que una Portugal Continental à Madeira. Isso e incluir o vinho no sistema de canalização nacional. E só para deixar claras as suas intenções, MJV disse ainda que, se for o caso de algum dia se sentar no "trono de Belém", ficam já garantidas "teleconferências frequentes com os portugueses" e até, porque dias não são dias, a organização de festas públicas no Palácio Presidencial.
A proposta de oferecer um Ferrari a cada eleitor ficou para trás, esquecida numa outra campanha. Foram, no entanto recuperadas as ideias de alcatifar Portugal e de criar um novo hino nacional. A música está por compor e a letra ainda só tem o final alinhavado: "Portugal alcatifado, bebe o vinho e canta o fado".
O mote serve também de apresentação à candidatura que pode morrer na praia por falta de tempo. Se isso se confirmar, MJV já tem um plano "b": "Se não resultar vou tentar criar um partido político com os meus ideais. Preciso de militantes e espero que as pessoas estejam disponíveis". O futuro "Bom Partido" ou "Partido Muita Fixe" ou até "Partido Porreiro", promete incluir a prostituição no sistema tributário português e até criar o Ministério dos Casos Bocudos. E, claro, transformar a bandeira nacional numa homenagem a uma deusa grega da infertilidade.
Nelma Viana, aqui