segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

BEBÉ COM HORAS ENCONTRADO MORTO EM OEIRAS

O alerta foi dado às 14.30 de ontem, por uma pessoa que circulava junto à estação de caminhos-de-ferro da Cruz Quebrada.

O corpo de um recém-nascido foi encontrado ontem junto à ribeira do Jamor, em Oeiras, dentro de um saco de plástico de supermercado. Em três dias, este foi o segundo caso de abandono. Na sexta-feira, numa rua de Cascais, um homem descobriu um menino acabado de nascer dentro de um saco desportivo à porta do prédio onde mora. Dois casos, dois destinos muito diferentes.

O alerta chegou à Polícia Marítima às 14.30, depois de um telefonema a dar conta de que estaria o corpo de um bebé junto à margem da ribeira, na zona da estação de caminhos-de-ferro da Cruz Quebrada. "O alerta foi-nos dado pelo Comar [Centro de Operações Marítimas], que recebeu a informação do 112. O que nos disseram é que seria o corpo de um bebé, mas não tínhamos a certeza. Mas só o confirmámos no local", disse ao DN fonte da Polícia Marítima.

A infeliz descoberta "foi feita por uma pessoa que passava pela ponte do caminho-de-ferro, que atravessa a ribeira. Viu um saco junto à água e chamou-lhe a atenção", acrescentou a mesma fonte, revelando que o homem se manteve no local até à chegada da Polícia Judiciária (PJ), a quem prestou declarações. A PJ assumiu a condução das investigações.

Além dos três agentes da Polícia Marítima e da Polícia Judiciária, estiveram ainda no local elementos do Ministério Público e a delegada de saúde pública. "O bebé aparentava ser de termo e com os valores de peso normais. É possível que tenha sido um parto recente, porque a placenta estava ao lado, junto às rochas. Era um bebé perfeito", explicou ao DN Augusta Fonseca, delegada de saúde pública que esteve no local.

Não havia sinais aparentes de violência e o corpo estava enrolado em panos ensanguentados. De acordo com fonte da Polícia Marítima, a PJ está a investigar várias possibilidades, entre as quais o corpo ter sido abandonado no local ou arrastado até ali pelas correntes da ribeira do Jamor.

Depois de confirmado o óbito, o recém-nascido foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa, onde deve ser autopsiado hoje, após ser dada a ordem por parte do Ministério Público. Só depois será possível saber em rigor qual a causa de morte.

Destino bem diferente teve o bebé que na sexta-feira foi encontrado na Avenida de Sintra, em Cascais, dentro de um saco desportivo junto à porta de um prédio. João Vasco, como é carinhosamente chamado pela equipa do serviço de neonatologia do Hospital de Cascais onde está internado, pesa 3,650 quilos e "está bem de saúde", confirmou ontem ao DN fonte hospitalar.

O bebé teria também poucas horas de vida quando foi abandonado. No saco havia ainda restos de placenta e uma toalha. Elementos que a PJ recolheu e que ajudarão na investigação. Ao que o DN apurou ainda não existem pistas, mas estas situações estão muitas vezes relacionadas com mulheres imigrantes e que não moram na zona. A investigação passa também pelos hospitais e centros de saúde, para perceber se alguma mulher que esteve grávida não procurou assistência pós-parto.


Ana Maia, aqui