Basta aquecer e o consumidor passará a ter na mesa ovos estrelados.
O projecto foi desenvolvido pelo professor e investigador da Universidade do Minho António Vicente e visa a produção, em grande escala, para fornecer restaurantes e hotéis da cadeia Eureka, mas prevê-se o alargamento ao grande público.
O projecto resulta da parceria entre a Derovo (Derivados de Ovos) e a Valinox, empresa criadora de equipamento para a indústria alimentar. Na universidade minhota envolveu os departamentos de Engenharia Biológica e Mecânica.
Não deve preocupar-se o consumidor quando vir um ovo perfeito, encavalitado no seu bife, porque as características do alimento estarão inalteradas. Antes pelo contrário, a preocupação dos estudiosos atendeu questões que ultrapassam as leis do mercado. Este produto deverá ser mais saudável, até.
"A nossa preocupação é que o ovo seja frito numa quantidade mínima de gordura. Já conseguimos reduzir em grande escala a concentração de óleo no produto final, diminuindo o impacto negativo na saúde de quem os come", começa por explicar António Vicente. Com esta inovação dissipam-se os riscos de salmonelas ou bactérias causadoras de gastrenterites.
Outra das vantagens que resultam desta opção radica na diminuição dos gastos, pois os ovos passam a ser produzidos em escala industrial, diminuindo ainda os gastos com limpeza.
Porém, até chegar ao expectável resultado final, revela-se necessária a conjugação de uma série de factores a desenvolver laboratorialmente, relacionados com o tempo, a temperatura e as condições adequadas.
A presença, em supermercados e restaurantes, de pratos pré-cozinhados não é novidade no nosso país, mas o lançamento do ovo estrelado que carece apenas de um breve aquecimento promete revolucionar o mercado alimentar, em 2012, ano em que está prevista a sua comercialização.
Os estudos de mercado deixam antever à Derovo sucesso idêntico ao alcançado aquando do lançamento, em 1996, dos ovos líquidos e cozidos. Esta empresa de Pombal, que congrega 70 avicultores, devido à inovação e diferenciação na comercialização de ovos, foi distinguida com o prémio de 'Melhor Empresa de Ovoprodutos' do Mundo, em 2002. O mercado espanhol absorve grande parte da produção, para confecção de tortilhas e omeletas e o ovo em spray, para pastelaria.
Pedro Vila-Chã, aqui