Neste momento, as duas coisas que mais preocupam o governo são a crise económica e o Vermelhão, o autocarro do Benfica.
ogo no dia a seguir ao anúncio de mais um plano de austeridade, o governo, na pessoa do ministro Rui Pereira, aceitou ter uma reunião ao mais alto nível com a direcção do Benfica por causa de um autocarro!
O Benfica é o único clube do mundo que, além de levar o autocarro à oficina, o leva também ao Ministério da Administração Interna. Como o Vermelhão anda sempre escoltadíssimo, o que L. Filipe Vieira deve querer que o ministro Rui Pereira faça é uma comunicação ao país, em directo e às 20h, com o seguinte apelo: "Pessoal, vá lá, deixem de mandar pedras e bolas de golfe ao Vermelhão." E pronto, com o carisma do ministro essa violência terminará de imediato.
Há a tese de que quando o Benfica ganha a crise alivia; logo, o Vermelhão sem amolgadelas e vidros partidos é de certeza um indicador positivo para as agências de rating. Mas se o governo não consegue evitar que o SLB controle o país, pelo menos vai conseguir que o FMI não entre cá. As medidas são brutais e estão a fazer com que José Sócrates ande numa de Carlos Cruz, ou seja, não tem parado de dar entrevistas a televisões e jornais.
Percebe-se, está a tentar safar-se a um processo por governação danosa, como aconteceu ao ex-primeiro-ministro islandês. Desta vez ninguém pode dizer que foi o tio ou o primo de Shaolin que andou a tomar decisões em nome dele. Mas Sócrates até teve alguma coerência; há uns tempos cortou no sal e agora cortou no pão.
José de Pina, aqui