Para conseguir emprego, João Oliveira Simões depressa percebeu que a proactividade era essencial. Licenciado em Design, o jovem de 30 anos começou a publicar os seus trabalhos, portfólio e currículo em redes sociais especializadas na área. "É importante participar activamente nos grupos e marcar uma presença online para nos tornarmos um alvo para as empresas", explica ao i. As suas ideias deram frutos e há dez meses que trabalha numa agência de publicidade digital que o escolheu pelos trabalhos e informações publicadas nas redes sociais. "Apesar de ser uma exposição pública do nosso trabalho, se for bem doseada só traz vantagens", acrescenta.
Tanto para as empresas que procuram novos funcionários, como para pessoas que procuram um novo emprego, as redes sociais são um elemento em ascensão. "Desta forma é possível divulgar oportunidades de recrutamento a muitas pessoas e com custos muito baixos para as empresas. Já para quem procura emprego a vantagem passa por divulgar o seu perfil a empresas possivelmente interessadas de uma forma muito directa e, uma vez mais, a custos reduzidos", esclareceu Ana Sofia Portela, managing partner da Palmon.
Alternativas Com uma taxa de desemprego em Espanha próxima dos 20% da população activa, é impensável ficar-se apenas pelos métodos convencionais de procura de trabalho. Puxando pela criatividade, uma empresa espanhola - a CBS outdoor - organizou um concurso nacional para publicar a imagem de candidatos à procura de trabalho. Assim, é normal ver pelas ruas cartazes gigantes com mensagens dos vencedores da iniciativa. "Francisco, 25 anos, licenciado em Farmácia, procura emprego estável", junto a fotografias ou imagens apelativas, são comuns nos outdoors que se vêem nas ruas espanholas.
Do outro lado da barreira, também as empresas começam a apostar em meios alternativos para contratar novos funcionários. Recentemente, os CTT criaram uma bolsa de emprego, lançada exclusivamente no Facebook. "Sentimos a necessidade de nos aproximarmos do nosso target, de captar a atenção e o interesse de uma população específica espalhada por todo o território nacional, de inovarmos e de diversificarmos os canais de recrutamento", explicou ao i fonte oficial dos Correios de Portugal. Apesar do sucesso da primeira iniciativa, este não é o único processo pelo qual passam os candidatos até conseguirem o emprego. Os que reúnem os requisitos e se ajustam às necessidade entram em processo de selecção, passando por uma avaliação em dinâmica de grupo, avaliação cognitiva, entrevista individual, avaliação técnica de conhecimentos ou avaliação psicomotora.
Para Ana Sofia Portela, a selecção nas redes sociais requer um cuidado especial. "A selecção deve estar suportada numa análise das competências técnicas mas também do perfil pessoal. Aqui estamos a falar de aspectos como a resiliência, a humildade ou a energia e este tipo de coisas, hoje mais do que nunca importantíssimas, só se avaliam pessoalmente", garante.
A página Bolsa de Emprego dos CTT no Facebook conta já com cerca de 2500 pessoas aderentes, em menos de um mês de funcionamento. Segundo os CTT, os mais de 2 mil candidatos - bem acima do que habitualmente recebem com outro tipo de iniciativas de recrutamento - são um sinal de que a campanha "foi francamente positiva" e "poderá ser utilizada para outro tipo de candidaturas no futuro".
Marta Cerqueira, aqui