quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DAR DE COMER AO MONSTRO

Depois da hipótese, sugerida pela imprensa alemã, de a Grécia pôr à venda meia dúzia de ilhas para pagar o défice (com jeito, poderia mesmo evitar os custos da intermediação e pagar directamente a dívida em ilhas), parece que, agora, é o Governo britânico que se prepara para vender metade das florestas do país com o mesmo objectivo.

E nós, que poderemos vender, que anéis (com dedos incluídos, se necessário) restam? Que dar de comer ao Monstro sem ser, como faz o Governo, os funcionários públicos, os pensionistas e os pobres?

Alguém pegará nas Berlengas ou nas Desertas? As florestas seriam, de facto, boa ideia porque, de qualquer modo, acabarão por arder e sempre se pouparia em bombeiros, helicópteros e "Canadairs"; mas, atendendo ao estado a que chegaram, será improvável encontrar quem as queira. As últimas empresas públicas, as que dão prejuízo (porque as lucrativas já foram sendo passadas a patacos), poderiam ser uma outra hipótese, mas que custos teria a sua desinfestação prévia das centenas de "boys" nelas pendurados? O que sobra então? A Torre de Belém? O fado? O BPN? A consciência tranquila dos drs. Oliveira e Costa e Dias Loureiro?

A minha "modest proposal" é que se venda o dr. Teixeira dos Santos, o pior ministro das Finanças da Europa, segundo o "Financial Times". Nem que tenhamos que pagar uns milhões a quem nos fique com ele, em dois Orçamentos já os teremos recuperado.

Manuel António Pina, aqui