Investigadores australianos afirmam que este poderá ser o pior fenómeno deste tipo já testemunhado por cientistas. Problema ocorre quando cimeira da ONU tenta travar perda de espécies.
Os corais do Sudeste asiático e do oceano Índico estão a desaparecer em massa devido ao aquecimento das águas. O alerta é de um grupo de investigadores australianos e surge num momento em que representantes de 193 países estão reunidos em Nagoya, no Japão, na cimeira da Convenção da Biodiversidade com um objectivo nada fácil de concretizar: travar o ritmo acelerado em que a perda de biodiversidade já entrou.
A morte generalizada dos corais no Índico mostra, aliás, como esta é uma tarefa complexa.
"Este é o pior episódio de mortalidade de corais desde 1998 e poderá mesmo ser o mais grave de sempre testemunhado por cientistas", explicou o investigador australiano Andrew Baird, do ARC Centre for Excellence for Coral Reef Studies, de Sydney, que tem estado a trabalhar com a sua equipa naquela região, conhecida por Triângulo Coral do Sudeste asiático.
Em 1998, ano em que as águas oceânicas sofreram um aquecimento, todos os recifes de corais do mundo foram afectados.
A equipa de Andrew Baird constatou nos últimos seis meses que os recifes das Filipinas , do Sri Lanka, Birmânia, Tailândia, Malásia e Singapura, que albergam mais de 500 espécies, estão a morrer em massa e que os que existem em toda a extensão oceânica entre a Indonésia e as ilhas Seicheles também estão a ser afectados.
O fenómeno, segundo os investigadores, está ligado ao aquecimento das águas do Índico. A amplitude do fenómeno da morte dos corais e o aumento da subida da temperatura do mar é tão visível que se trata "quase de certeza de uma consequência das alterações climáticas", nota Andrew Baird. Os investigadores não sabem se o problema vai alastrar à grande barreira de coral na Austrália, mas consideram que o mar de Adaman e o Pacífico podem ser afectados.
Filomena Naves, aqui