Num mundo tão perigoso (rebelião em Maputo, guerra das drogas no México, droga da guerra do Afeganistão...), já desesperámos de encontrar sinais positivos.
E, no entanto, há - e à porta de casa. No caso Carlos Queirós versus Federação Portuguesa de Futebol (FPF), um lodaçal de palavras grossas e medidas hipócritas - já para não falar no mais grave: incompetência do empregado e do empregador -, nesta Guerra de Alecrim e Manjerona (na velha peça de teatro com esse nome um dos personagens chama-se Semicúpio, e por isso aqui a trago), no mais fantástico conflito nacional, pois, eis que surge a boa nova! Carlos Queirós disse à SIC: "Há pessoas com princípios, não é uma questão de dinheiro." E voltou a dizer: "Não admito que digam que o que está em causa é dinheiro." E ainda disse: "Se fosse uma questão de dinheiro se calhar a situação já estava resolvida." Portanto: não é uma questão de dinheiro.
Está dito. Ficou dito. É a tal boa nova. Eu confesso que estava convencidíssimo do contrário. A FPF querendo ver-se livre de Queirós não podia fazê-lo por causa dos 3,5 milhões de euros de indemnização. Daí ter encenado esta estrangeirinha. Agora, como já se sabe que não é uma questão de dinheiro, a FPF pode fazer-lhe um jantar de desagravo (com mil euros faz-se coisa de arromba) e manda-o embora de borla.
E Queirós, com a honra salva e porque não é uma questão de dinheiro, vai.
Ferreira Fernandes, aqui