sábado, 4 de setembro de 2010

AFINAL, NÃO É UMA QUESTÃO DE DINHEIRO

Num mundo tão perigoso (rebelião em Maputo, guerra das drogas no México, droga da guerra do Afeganistão...), já desesperámos de encontrar sinais positivos.

E, no entanto, há - e à porta de casa. No caso Carlos Queirós versus Federação Portuguesa de Futebol (FPF), um lodaçal de palavras grossas e medidas hipócritas - já para não falar no mais grave: incompetência do empregado e do empregador -, nesta Guerra de Alecrim e Manjerona (na velha peça de teatro com esse nome um dos personagens chama-se Semicúpio, e por isso aqui a trago), no mais fantástico conflito nacional, pois, eis que surge a boa nova! Carlos Queirós disse à SIC: "Há pessoas com princípios, não é uma questão de dinheiro." E voltou a dizer: "Não admito que digam que o que está em causa é dinheiro." E ainda disse: "Se fosse uma questão de dinheiro se calhar a situação já estava resolvida." Portanto: não é uma questão de dinheiro.

Está dito. Ficou dito. É a tal boa nova. Eu confesso que estava convencidíssimo do contrário. A FPF querendo ver-se livre de Queirós não podia fazê-lo por causa dos 3,5 milhões de euros de indemnização. Daí ter encenado esta estrangeirinha. Agora, como já se sabe que não é uma questão de dinheiro, a FPF pode fazer-lhe um jantar de desagravo (com mil euros faz-se coisa de arromba) e manda-o embora de borla.

E Queirós, com a honra salva e porque não é uma questão de dinheiro, vai.

Ferreira Fernandes, aqui