quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CADÁVERES PODERÃO TER SIDO ESQUARTEJADOS E ESTAR EM ATERRO SANITÁRIO

Os corpos das alegadas três vítimas de Francisco Leitão poderão nunca ser encontrados caso tenham sido esquartejados e colocados em contentores de lixo. Este é um cenário que os investigadores da Unidade Nacional contra o Terrorismo, da Polícia Judiciária (PJ), equacionaram.

A Resioeste, empresa que recolhe e trata os resíduos sólidos da Lourinhã e de outros 13 concelhos, movimenta por ano 198 mil toneladas de lixo. "É como procurar uma agulha num palheiro", explica fonte policial ao DN.

Para complicar ainda mais, a Resioeste tem estado nos últimos anos a enviar lixo que não suporta para os centros de tratamento de resíduos de São João da Talha e Palmela.

Outra das hipóteses, também abandonada pela PJ, foi a de que, Francisco Leitão, para se libertar dos corpos, os ter dado como alimentação aos porcos que tinha na sua casa acastelada em Carqueja.

Os investigadores já têm os registos dentários das vítimas e, segundo fonte ligada às ciências forenses explicou ao DN, "os porcos conseguem digerir todo o corpo humano excepto os dentes".

Os dentes foram procurados pelos investigadores na pocilga de Francisco Leitão, mas não foram encontrados. Os investigadores continuam a explorar outras pistas no terreno enquanto esperam pelo resultado das análises do Laboratório da Polícia Científica às centenas de objectos apreendidos que podem ter sido usados como arma para matar as supostas vítimas de Francisco Leitão.

Apesar de ainda não terem sido encontrados os corpos de Ivo Delgado, de 22 anos, Tânia Ramos, 27, e Joana Correia, 16, a PJ acredita ser possível responsabilizar Francisco Leitão pelos três homicídios.

O suspeito, que se encontra detido no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, não assume nenhum dos crimes, mas alguns "erros" seus deram pistas de trabalho aos investigadores.

Na suposta morte de Joana, o caso mais recente, o "rei Ghob" terá trocado centenas de mensagens com a jovem horas antes do alegado homicídio. Isto na presença de uma amiga da jovem.

Francisco Leitão nunca conseguiu justificar aos investigadores o facto de, já após o desaparecimento da jovem, ter usado o seu cartão de telemóvel.

Também após o desaparecimento de Ivo continuou a usar o seu carro e a utilizar o cartão multibanco do rapaz.

Após os desaparecimentos, Francisco Leitão aproximava-se das famílias das supostas vítimas e fazia-lhes crer que estas estavam bem em Espanha ou em França.

No caso de Ivo, chegou a forjar fotografias para enviar à família. Apesar do exame preliminar ao alegado triplo homicida apontar para frieza, calculismo e premeditação, as falhas de pormenor estão a ser exploradas pela Polícia Judiciária.

Luís Fontes, aqui