O Professor Milton Costa, natural e residente em Bustos e especialista de renome mundial na área da Microbiologia, actual Presidente da Federação Europeia das Sociedades de Microbiologia e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, acaba de assumir funções dirigentes na Comissão Internacional para a Exploração do Mar Mediterrâneo, uma organização intergovernamental que tem como objectivo a promoção de investigação para a protecção do Mar Mediterrâneo.
Para o exercício do seu mandato de três anos, o Professor Milton Costa elege como prioridade a «disseminação e intensificação da investigação na área dos microrganismos extremófilos (que crescem e se reproduzem em condições extremas, com níveis extraordinariamente altos ou baixos de temperatura, sal, acidez, etc.) porque estes enigmáticos seres vivos produzem enzimas e produtos com um enorme potencial biotecnológico, em campos tão diversos com a saúde, agricultura e poluição, entre muitos outros. A comunidade científica internacional, tem de se focar mais no estudo dos microrganismos que habitam o Mediterrâneo. Há muitos locais por explorar e é necessária uma forte cooperação científica para desenvolver, de forma mais célere, as potencialidades dos microrganismos extremófilos que, no futuro, se apresentarão como soluções viáveis para problemas económicos, sociais e ambientais. É também necessário estabelecer fortes relações científicas entre os microbiólogos da margem Norte e da margem Sul do Mediterrâneo».
Recordo que na sessão da assembleia municipal de Oliveira do Bairro realizada em 17 de Dezembro de 2007, foi aprovado um voto de congratulação a propósito da eleição do Professor Milton Costa como Presidente da Federação Europeia das Sociedades de Microbiologia, cujo teor pode ser lido aqui.
O voto aprovado determinava a comunicação da sua aprovação ao próprio Professor Milton Costa; no entanto, por razões que nunca foram dadas a conhecer à assembleia municipal, ou a mim próprio enquanto subscritor da proposta, em 27 de Junho de 2008, ou seja mais de meio ano depois, a aprovação do referido voto de congratulação ainda não tinha sido comunicada ao Professor Mílton Costa, razão pela qual interpelei o então presidente da assembleia municipal sobre o motivo justificativo para o atraso dessa comunicação.
Apesar do seu percurso (que pode ser visto aqui) e do seu exemplo de cidadania, é mais do que certo que o executivo municipal no poder não atribuirá ao Professor Mílton Costa a mais alta condecoração do município, uma vez que este gesto se constituiria como um indesejável reconhecimento de uma iniciativa do poder executivo cessante.
O que, obviamente, se lamenta, pois para além da confrangedora insensibilidade que emana, esta postura evidencia o estranho pensamento exclusivamente umbiguista de quem está no poder e de quem o apoia e aclama!
