Em 1890, escreveu Eça de Queirós em “Uma Campanha Alegre” que «O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já não se crê na honestidade dos homens públicos».
Hoje, mais de cem anos depois, ainda grassa por aí muita incompetência e irresponsabilidade, muita mediocridade e falta de categoria, muita desonestidade e falta de carácter, muita falta de verticalidade e de assertividade; e continua a haver quem encubra e faça chantagem. No entanto, ainda há quem tenha como único estatuto a liberdade de dizer o que pensa depois de pensar no que diz; e também ainda há quem não minta nem goste se ser aldrabado.
Apesar de tudo ainda há quem, sem mendigar nem se prostituir, seja capaz de ser diferente!
