Manifesto
Abram-se
portas e engrenagens,
Quebrem-se
grilhões, sujem-se ruas,
Ressuscitem
mulheres nuas
Matizadas
sombreadas em imagens
Soltou-se
o génio e a loucura
Arrombaram-se as portas fechadas
Pintou-se de negro a brancura
Em gritos de virgens violadas
Que se grite na escuridão:
Meus senhores nós chegamos!
Viemos da podridão
Para a podridão caminhamos,
É a nossa geração
É a nossa criação
E desde já declaramos,
Venceremos!
Quer queiram, quer não.
(António Tavares)