sou céu e terra, areia e mar. sou sorriso perdido e lágrima acabada de achar. sou vento e aragem, sou calor e frio. sou azul e verde, sou amarelo também. sou o topo e o fundo, garfo e colher. sou matéria e aprendizagem, sou o saber constante de não saber. sou incógnita e valor exato. sou branco e preto, luz e luar. sou onda e espuma, sou vida e morte. sou um brilho e sou escuridão. sou direita mas também sou esquerda. sou papel e sou árvore, sou tronco e caule, sou caneta e corretor. sou positivo e negativo, alfabeto e vogal. sou revista e jornal como sou livro e enciclopédia. sou ruído e som, momento e rotina. sou lembrança mas também memória, recordação. sou a química e sou a física. sou ficha e tomada, vídeo e gravação, creme e shampô, assim como plástico e metal, barco e trotinete, buzina e afinador. sou metrónomo e relógio. sou tempo que passa e passo com o tempo. sou lindo e feio, opinião e facto, sou cheiro e sabor, sonho e realidade. sou ficar e chegar, sou ir e voltar, sou permanecer e sou acabar. sou palavra e número, contas e textos, sou beijo e abraço, sou namoro e sou amaço. sou fogo e sou gás. sou apagar e reaver, ver e olhar. sou agora, sou nunca. sou aqui, ali, naquele, neste, em todo o lado e em nenhum lugar. sou longe e perto, sou distante e presente. sou desagradável e agradável. mendiga e popular. sou insignificante, vulgar, constante e invulgar. sou macia e áspera, rugosa e lisa. sou baixo e alto, correr e andar. sou mau e bom, perfeito e imperfeição. sou novela e filme, programa e série. sou útil e inútil. certa e incerta. sou luta e desistência, sou nadar e afogar. sou ser e sou não ser. sou informação e cliché. sou inovação e batido. sou saudável e prejudicial. sou fatal e escusável. sou gostar e odiar. sou mirar e ignorar. sou covardia e coragem. sou respeito e desrespeito. sou solidão e séquito. sou paraíso e sou inferno. sou querer, sou desejar, sou recordar. sou alegria e tristeza, sou palhaçada e austeridade. sou imaginar. sou explorar. sou ir atrás. sou abrir e fechar. sou libertar, sou força e fraqueza e sou esperar. sou tão diferente e tão natural. é tão bom ser, gosto tanto de gostar. e por gostar e gostar de ser, gosto de mau e bom, de dor e compaixão. gosto de sofrer e depois me alegrar. e por ser tão mau e ao mesmo tempo tão bom... eu gosto tanto de amar! saudades...
Melanie Oliveira, aqui