terça-feira, 17 de abril de 2012

EXCESSOS

A época da Páscoa é um tempo de alegria para a comunidade católica e segue-se a um período de preparação que devia ser aproveitado por todos para meditação na procura bondade.

Sei que palavras leva-as o vento e que muitos de nós fazemos ouvidos de mercador destas regras. Mas se o comum português age mal então que dizer dos políticos. Parece que o tempo pascal apenas permitiu excessos aos que mandam neste País.

Vejamos; primeiro foi aquela história surreal do Dr Mário Soares ter protestado, e ao que relatam malcriadamente, duma multa de excesso de velocidade do seu motorista num carro do estado, aplicada por um agente da GNR, apenas porque circulava quase a 200 à hora. Ficava-lhe bem pedir desculpa ao seu povo mas ao invés ainda disse que quem iria pagar a multa era o Estado (todos nós).Terá sido um momento mau ou a verdadeira maneira de ser do homem ? Como diz o Herman ; “não havia nexexidade”
Também neste tempo vimos a completa descoordenação do governo na história do corte dos subsídios de natal e de férias na função pública. Os servidores do estado, os aposentados e reformados, perceberam as dificuldades de Portugal e assumiram esse encargo sem grandes protestos. O mínimo que se exige do governo é que haja a uma voz e que não se esconda em jogos de palavras fazendo crer que sempre disse que era em 2015 que retomava o pagamento dessas prestações.
É que o que disse e o que todos perceberam foi em 2014. Passos Coelho prometeu a verdade ao povo e começa a dar sinais perturbadores de ser como os anteriores. Espero que arrepie caminho e que tenha um pouco mais de decência quando permite, que o seu governo proponha para discussão a cessação de contratos a termo certo no estado sem sequer haver a necessidade de avisar os despedidos. É pura e simples malvadez.
Mas também a oposição se acometeu de excessos quando anda mais preocupada em golpes palacianos pelo poder interno no PS do que em estar atenta em fazer oposição ou em ajudar à unidade nacional. Divertindo-se em intricadas e complicadas querelas regulamentares apenas mostra quão está mal a política nacional servida.
O pior disto tudo é o exemplo. Quando deveríamos esperar a redenção apenas vimos exemplos de prevaricação.

António Granjeia, no 'Jornal da Bairrada' de 12 de Março de 2012