Sei que
palavras leva-as o vento e que muitos de nós fazemos ouvidos de mercador destas
regras. Mas se o comum português age mal então que dizer dos políticos. Parece
que o tempo pascal apenas permitiu excessos aos que mandam neste País.
Também neste tempo vimos a
completa descoordenação do governo na história do corte dos subsídios de natal
e de férias na função pública. Os servidores do estado, os aposentados e
reformados, perceberam as dificuldades de Portugal e assumiram esse encargo sem
grandes protestos. O mínimo que se exige do governo é que haja a uma voz e que
não se esconda em jogos de palavras fazendo crer que sempre disse que era em
2015 que retomava o pagamento dessas prestações.
É que o que disse e o que
todos perceberam foi em 2014. Passos Coelho prometeu a verdade ao povo e começa
a dar sinais perturbadores de ser como os anteriores. Espero que arrepie
caminho e que tenha um pouco mais de decência quando permite, que o seu governo
proponha para discussão a cessação de contratos a termo certo no estado sem
sequer haver a necessidade de avisar os despedidos. É pura e simples malvadez.
Mas também a oposição se
acometeu de excessos quando anda mais preocupada em golpes palacianos pelo
poder interno no PS do que em estar atenta em fazer oposição ou em ajudar à
unidade nacional. Divertindo-se em intricadas e complicadas querelas regulamentares
apenas mostra quão está mal a política nacional servida.
O pior disto tudo é o exemplo.
Quando deveríamos esperar a redenção apenas vimos exemplos de prevaricação.
António Granjeia, no 'Jornal da Bairrada' de 12 de Março de 2012