terça-feira, 10 de abril de 2012

ERA UMA VEZ...

O RISCO DAS MENTIRAS
O risco das mentiras
Um senhor disse:
- Macacos me mordam, se o que eu digo não se passou assim mesmo
...
Como não se tinha passado assim, nem tão-pouco mais ou menos, veio um macaco e mordeu-o.
Um outro senhor disse:
- Raios me partam, se não é assim tal como eu conto...
Como não era assim tal como ele contava, nem sequer parecido, veio um raio e partiu-o.
Um terceiro senhor disse:
- Ponho as mãos no fogo como falei toda a verdade...

Como não tinha falado toda a verdade, nem sequer um bocadinho, veio o fogo e queimo-o.
O senhor mordido, o senhor partido e o senhor queimado encontraram-se os três, no mesmo hospital. O médico que os atendeu quis primeiro saber o que se tinha passado. Os senhores contaram e, desta vez, sem tirar nem pôr, contaram a verdade por inteiro.

Logo ali, o que tinha sido mordido sarou da mordidela, o que se tinha partido voltou a ficar inteiro, o que se tinha queimado curou-se da queimadura.


Saíram do hospital muito contentes e nunca mais juraram falso.
Acreditam? Não acreditam?
Pois foi assim tal e qual como eu conto. Que me caia o tecto em cima, se não é verdade!
Sobre a folha de papel da minha história, começa a cair caliça... E cada vez em maior quantidade...

Por que será?

António Torrado e Cristina Malaquias, aqui