A ativista conservadora chinesa Tu Shiyou,
conhecida como "Deusa da Virgindade", afinal, quer casar, "de preferência com um
funcionário público comunista", mas põe como condição uma abstinência sexual nos
primeiros três anos do matrimónio.
Orgulhosa da sua virgindade, Tu Shiyou critica as jovens que têm relações
sexuais antes do casamento e considera que "a entrega ao prazer sexual pode
provocar a decadência de um país".
Numa entrevista publicada hoje pelo Diário de Cantão, Tu Shiyou revela que
está à procura de um homem para casar, "de preferência também virgem", mas
segundo o anúncio que difundiu através do Weibo, o Twiter chinês, os candidatos
têm de satisfazer cinco requisitos.
O marido ideal, para ela, deve ser "um homem honrado", membro do Partido
Comunista, "com emprego certo", menos de 40 anos de idade e um curso
universitário.
Os divorciados estão excluídos e, naturalmente, não haverá sexo antes do
casamento: nem antes nem nos primeiros três anos, que Tu Shiyou encara como "um
período experimental".
"Se um homem conseguir preencher aquele requisito, isso significa que me ama
verdadeiramente e que é sincero", declarou.
Quanto à preferência por filiados no Partido Comunista, Tu Shiyou diz que
estes são "mais fiáveis".
Aparentemente, a resposta ao anúncio tem sido positiva: "Vários homens de
toda a China manifestaram o seu amor. A maioria deles são excelentes
cavalheiros. Estou agora a seleccioná-los e depois irei contactar com os que
corresponderem aos meus padrões", contou a "Deusa da Virgindade".
Numa sondagem a 80 mil estudantes, de 10 cidades chinesas, 70 por cento dos
inquiridos disseram "aceitar" a pratica de relações sexuais antes do casamento,
indicou há duas semanas um jornal de Pequim, numa reportagem de duas páginas
sobre o fenómeno Tu Shiyou.
A "Deusa da Virgindade" não está, contudo, sozinha.
No ano passado, uma delegada à Assembleia Nacional Popular, "o supremo orgão
do poder de Estado", proclamou que "a virgindade é o dote mais precioso que uma
rapariga pode dar à família do seu marido".
Em 2010, num inquérito online, oitenta por cento dos 160.000 homens que
responderam disseram que gostariam de casar com uma mulher virgem e apenas 13
por cento concordaram que isso não interessava.
"É errado avaliar os padrões morais de uma mulher através da virgindade",
disse um sexólogo chinês citado pelo jornal Global Times, criticando "as
restrições impostas à sexualidade das mulheres".
Tu Shiyou defende, pelo contrário, que "uma mulher solteira que perde a
virgindade pode corromper a moral da sociedade".
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