Sónia Vale, mãe da bebé de dois meses que morreu em Maio do ano passado após uma queda suspeita na casa da família em Fão, Esposende, perdeu definitivamente a custódia das outras duas filhas, de dois e quatro anos.
A menina mais nova, que já tem um cancro e esteve internada no IPO do Porto, ficará ao cuidado de familiares. Já a irmã continuará numa instituição, com vista a ser adoptada.
As duas crianças, que foram alvo de negligência em casa e maltratadas, já tinham sido colocadas temporariamente numa instituição, seis meses antes da morte da irmã Maria de Fátima, que faleceu após ter caído do colo da mãe. Após a tragédia, o tribunal decidiu entregar a menina mais nova ao cuidado dos familiares e promover a adopção da mais velha. Sónia recorreu para o Tribunal da Relação de Guimarães, que veio agora confirmar a decisão.
"Os factos provados evidenciam que a progenitora criou uma situação de perigo grave para a segurança, saúde, formação e desenvolvimento das menores. Insultava as crianças e aquelas apresentavam diversos hematomas e nódoas negras", diz o acórdão da Relação, a que o CM teve acesso.
Segundo o acórdão, Sónia sempre descurou a educação das filhas. As meninas andavam com a roupa suja e com mau cheiro, não tinham refeições diárias e a mais velha não conseguia alimentar-se sozinha. Devido à falta de higiene, as crianças tinham também piolhos.
Após as filhas terem sido retiradas a primeira vez, em Outubro de 2009, Sónia ainda tentou arranjar um emprego, mas na altura estava já grávida de Maria de Fátima. Dois meses após o nascimento, a criança acabou por morrer em casa. Sónia disse às autoridades que se desequilibrou e que a bebé caiu-lhe do colo. No entanto, a mulher apenas chamou os bombeiros duas horas depois da tragédia, o que levantou suspeitas às autoridades.
Ana Isabel Fonseca, aqui