segunda-feira, 20 de junho de 2011

ESCOLHA ACERTADA

Tudo seria muito mais fácil se se pudesse escolher no supermercado um parceiro à medida do apetite e da necessidade do momento.

A etiqueta indicaria a composição do "produto" e facilmente se decidia se interessava ou não. Forma simples e pragmática! Para os mais obsessivos haveria a opção de escolha do parceiro na farmácia, porque aí o "produto" viria acompanhado de uma bula onde se poderia ler a sua composição, as contra-indicações, os efeitos secundários e a melhor forma de utilização.

Se depois da utilização o "produto" não cumprisse os seus requisitos, o consumidor poderia reclamar e exigir a devolução do investimento.

Tudo seria simples e linear e cada indivíduo escolheria o melhor para si. Poderia ainda existir uma revista da especialidade que ajudasse o consumidor a fazer a escolha acertada (custo/benefícios). E se cada indivíduo não souber o que é melhor para si, se não tiver a certeza que as características daquele "produto" são as mais indicadas para si, ou se mesmo na escolha mais acertada houver falhas? Se o produto que se compra se transformar noutro? Como se lida com o facto de o outro não ser aquilo que se espera, não agir em concordância com aquilo que seria o ideal? Como se consegue numa relação conciliar as minhas e as tuas vontades e ainda assim ser-se feliz?

Mais importante do que cada um manter-se igual ao que era quando foi "comprado" é saber adaptar-se às necessidades de ambos e ao desenvolvimento dessa mesma relação, que não é cerrada, imutável e fechada em si. Tudo muda, e a experiência de ontem faz-nos ser diferentes amanhã. É preciso por isso não ficarmos presos a uma bula, mas correr o risco de evoluir.

Marta Crawford, aqui