sexta-feira, 17 de setembro de 2010

S. SEBASTIÃO VENTRÍLOQUO

Ilustrando o pântano de interesses em que, durante o seu mandato na Federação, se tornou o dirigismo futebolístico nacional, Gilberto Madail meteu a corda ao pescoço e os pés a caminho e foi a Madrid acocorar-se ante D. Sebastião, tentando, a bem da Nação, convencê-lo de que "é a hora!" e a manhã de nevoeiro chegou (ou, rigorosamente, chegará no próximo 8 de Outubro, data em que a "selecção de todos nós" e do empresário Jorge Mendes joga com a Dinamarca). A ideia é a de que o Desejado passe o "dar o nome" como treinador da selecção, orientando-a por correspondência ("à distância", explica o "Mais Futebol"), encarregando-se a Federação de arranjar uma barriga de aluguer local que dê a cara por ele nos treinos e no banco. A coisa funcionaria assim: o salvador da Pátria ventríloquo falaria em Madrid, nas pausas dos treinos do Real e, em Lisboa, o boneco mexeria os lábios e faria ouvir a sua voz e a sua vontade. Não faltam por aí bonecos, no futebol e no resto. Custa a crer é que Paulo Bento ou Manuel José, os nomes mais vezes referidos como estando nos planos da Federação, aceitem um tal papel.

Manuel António Pina, aqui