sexta-feira, 14 de agosto de 2015

MARCIAL NA SENHORA DA SAÚDE, EM FERMENTELOS


Fermentelos é conhecida pela capacidade mobilizadora das suas gentes para as várias causas de cidadania e áreas de intervenção, tendo como ex libris a sua Pateira, uma zona húmida de elevada riqueza ecológica que é a maior lagoa natural da Península Ibérica e a segunda maior da Europa: com 860 hectares de área, tem cerca de 3 250 habitantes, foi elevada a vila em 5 de Maio de 1928, é uma das 20 freguesias do concelho de Águeda, e tem no comércio, na indústria, na agricultura e no turismo as suas principais actividades económicas.

Recordar, como Armor Pires Mota recorda no livro ‘Fermentelos, Povo e Memória’ personalidades como João Tomás Dias Antão, Dr. João Nepomuceno da Silva ou Dr. João Tomás Dias Urbano; Prof. João Pires da Rosa, Comissário Belarmino Ferreira de Oliveira ou Engº Gil Pires Martins, ou de qualquer um dos 35 presidentes de junta que têm os seus nomes e fotografias (apenas dos 18 que foi possível obter) expostos para a posteridade no salão da junta de freguesia, é recordar a memória e a história de Fermentelos, e a intervenção cívica e a capacidade intelectual das suas gentes, um motivo de orgulho que nenhum fermentelense prescinde de ver transmitido às gerações vindouras.

Conhecida por um associativismo prolífero e variado, que incide particularmente nas áreas cultural, desportiva, recreativa e da assistência social, Fermentelos tem igualmente muitas mulheres e muitos homens que, em autêntico sacerdócio, desempenham os seus cargos associativos à custa de uma iniciativa e empreendimento ímpares, e que só com muito esforço e coragem, conseguem verdadeiros milagres de multiplicação das verbas que são disponibilizadas às suas instituições.

Para além das colectividades institucionalizadas, há ainda os grupos informais, como os que se organizam e participam no carnaval, nas marchas, no teatro e na organização das festas religiosas, e que à custa de muito esforço e dedicação garantem a continuação de usos e tradições, e respeitam compromissos assumidos na escrupulosa defesa do interesse de Fermentelos e da cultura fermentelense.

É nesta vila de Fermentelos, que tem sede a Banda Marcial, a mais antiga colectividade da freguesia e do próprio concelho de Águeda, e uma das mais antigas do distrito de Aveiro, e cuja formação actual integra cerca de setenta elementos, a maioria dos quais inicia a sua formação na Escola de Música da colectividade, dando-lhe sequência em conservatórios, escolas profissionais e universidades, quer nacionais quer estrangeiras, surgindo como valores que, como docentes, servem por todo o país em escolas de música, orquestras sinfónicas, bandas civis e militares, e toda uma vasta panóplia de agrupamentos musicais de elevado nível com os quais colaboram.

Fundada pelo Padre Alexandre Moreira da Silva Vidal, a Banda Marcial de Fermentelos tem a sua actividade ininterrupta que este ano perfaz 147 anos, contada no livro “A RAMBÓIA”, editado pela Universidade Fernando Pessoa.

Uma actividade que desde 2008 vem sendo sucessivamente reconhecida pelo Ministério da Cultura, como sendo de interesse cultural para efeitos de mecenato, e da qual fazem parte muitos concertos presenciados por muitos públicos e que para além de enriquecerem o já de si brilhantíssimo palmarés alcançado pela Marcial neste quase século e meio de actividade consecutiva, também impõe internacionalmente o nível da colectividade, a cultura e a auto-estima da freguesia, o nome do concelho e, por que não dizê-lo, a honra do próprio país.

É pois em Fermentelos que amanhã, dia 15, a Banda Marcial actuará, marcando presença nas festas em honra de Nossa Senhora da Saúde, em despique com a Banda de Música de Pevidém, entre as 09.00 e a 01.00h da madrugada.