quinta-feira, 30 de julho de 2015

QUANDO A MÚSICA PROVOCA "ORGASMOS DA PELE"

Ouvir música é capaz de ativar zonas do cérebro que causam sensações que podem ser comparadas ao êxtase sexual.


A música é capaz de provocar as mais fortes sensações e uma das mais fascinantes é a descrita por algumas pessoas como um "orgasmo da pele".


Escreve a BBC que "o orgasmo da pele" caracteriza-se por arrepios ou formigueiros percorrem o corpo espoletados por algumas músicas.

Psyche Loui, violinista e pianista, além de ser psicóloga e investigadora de neurologia, conta à estação britânica que teve esta sensação quando ouviu o Concerto No. 2 para piano de Rachmaninov.

No entanto, existem uma série de outras músicas com as quais isso pode acontecer.

Loui concluiu o curso de psicologia alguns anos depois do seu primeiro "orgasmo da pele" e recentemente decidiu rever aquilo que se tinha passado.

Normalmente o nosso corpo apenas reage de forma tão intensa em situações que possam garantir ou ameaçar a nossa sobrevivência - a comida pode fazê-lo, bem como o ato sexual. Ou até um assustador passeio numa montanha russa. Mas o ato de ouvir música não parece encaixar em nenhuma dessas categorias.

Tal como aconteceu com Loui, muitas pessoas são capazes de distinguir o que lhes provoca essas sensações. Assim, através desses relatos, a psicóloga e violinista foi capaz de perceber quais são as características das músicas que mais facilmente podem desencadear estas sensações.

Por exemplo, mudanças na harmonia, saltos dinâmicos (de baixo para alto) e notas dissonante que chocam com a melodia principal estão entre os "culpados".

No youtube existe uma playlistcom músicas que podem criar "orgasmos da pele". Entre outros, encontram-se canções de Adele, Céline Dion e Oasis.

A investigadora acredita que um dos principais responsáveis por esta sensação é a forma como o nosso cérebro lida com as expetativas. Se a música for muito convencional não vai captar a nossa atenção, mas se for um registo muito fora do comum, o cérebro interpretará o som como ruído. Por isso, uma música que nos cause um "orgasmo" deve estar algures entre a familiaridade e o incomum.

A antecipação e a resolução das nossas expectativas provoca a liberação de dopamina, um neurotransmissor, que age em duas regiões-chave do cérebro pouco antes e logo após o "orgasmo".

Este é o mesmo químico que é libertado no corpo quando uma pessoa está sob o efeito de drogas ou quando tem relações sexuais.

Esta investigação pode assim ajudar a explicar o facto de considerarmos algumas músicas "viciantes".

Quando mais familiarizados estamos com uma música mais intensas podem ser as sensações de orgasmo, uma vez que ultrapassado a supresa acabamos por condicionar a emoção que obtivemos com aquela música.

"As nossas experiências autobiográficas interagem com os dispositivos musicais para que todos encontremos uma diferente parte da música recompensadora", afirma a artista à BBC.

Retirada daqui