Na prática,
acontece mudar-se de Seguro, quando há um acidente grave e o segurado vê que o
Seguro, desviando o rabinho, não cumpre com o prometido.
Extrapole-se, agora o
caso para a novela iniciada, logo após a frágil fasquia atingida pelo PS nas
eleições europeias, pela cavalgada de António Costa sobre os resultados e o
trémulo Seguro, esquecendo fidelidades.
Como ele, confesso que também eu achei
magro o resultados, após declarações de vitória estrondosa por parte do poeta
Alegre e de Assis e outros, rebolando-se no sonho, esquecidos de que estamos
onde estamos também por causa do PS. Todos têm culpa no cartório.
Logo,
nessa noite, A. Costa que enxameou a Câmara de Lisboa de gente que pouco faz,
mas tem assessores cabonde, sonhou ser o salvador da pátria e ter patriótica
obrigação de aparecer em cena. Ao segundo dia, estava disponível para mudar de
Seguro e ser ele o cavaleiro andante. Logo com o apoio de M. Soares e uns
tantos saudosistas do “animal feroz”, José Sócrates. As disfarçadas quezílias
familiares deram lugar a cenas de kikboxing. Costa trepou ao rinque para
encostar Seguro às cordas pela táctica que mais lhe convinha (Congresso). Não
contava com a reacção do adversário que opta pelas eleições primárias abertas.
A novela está num impasse, o que serve até um pouco o governo que levou com
três chumbos do Tribunal Constitucional (TC, que serve uma constituição
anquilosada) nos cortes dos salários dos funcionários públicos, juízes também,nos
subsídios do desemprego e doença e nas pensões de sobrevivência.
O governo
jogou no limite com o TC e perdeu, de novo. Não sabe ainda que a corda rebenta
pelo lado mais fraco. Uma euforia geral para síndicos, e esquerda. Mas alguém
vai pagar. Não é de um modo, será de outro. É muito dinheiro e a almofada é
curta. Quem paga? Nós todos.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 5 de Julho de 2014