Cada vez
mais a gente anda mais triste.
Pensávamos nós, com uma ténue esperança, que a
selecção portuguesa de futebol nos iria dar algumas alegrias, aliviar tensões,
fazer crescer os nossos brios.
Mas os resultados feitos para seguir para o Brasil,
que esteve sempre com a selecção, no seu especial jeito de acolher a amar os
irmãos, já prenunciavam futuros
fracassos, apesar de termos o melhor jogador do mundo, que chegou ao campeonato
muito debilitado. Sempre andámos na política como no futebol, no limite, a
fazer contas, a empurrar a sorte com a barriga.
Não se falou muito
nisto, mas achamos que Luis Albuquerque deu uma acertada, evitando o monstro da
Troika. Por força de algum crédito no exterior. No futebol, perdemos o norte. A
equipa tem fragilidades evidentes como o governo, cujos ministros não têm a
mesma linguagem. O último caso chocante é o de Poiares Maduro, depois de
guerrear o Constitucional (TC) vir alardear que nem todos os funcionários
públicos tinham direito a receber férias sem cortes, vindo a ser corrigido, tal
a confusão que veio criar.
Maduro está mesmo muito Verde e, por vezes, só
atrapalha, metendo golos na própria baliza, que não foi o caso da selecção, mas
quem não corre bastante, nem tem profundidade no jogo, põe-se a jeito dos que
vão muitas vezes à fonte.
Os yankes tanta vez lá foram que nos tramaram. Por nossa
culpa própria. Por vezes, o governo também se fica pelos rodriguinhos, não tem
profundidade, nem ataques certeiros às causas do débito. O resultado está â
vista. Continua com a máquina de calcular entre as mãos, a fazer contas,
procurando saber onde vai buscar o dinheiro para tapar os buracos abertos pelos
chumbos do TC. Se a equipa nacional continua ligada à máquina, o país continua
sob olhar fulminante desligado que foi da Troika.
O estado da saúde das
Finanças ainda é preocupante. Alegria mesmo só as noites de Santo António em
Lisboa e o S. João no Porto. Aí, sim, muita gente entrou na folia, comungando
de uma certeza de que tristezas não pagam dívidas, que são mais do que muitas,
a todos os níveis. As euforias de que este ano é que vai ser (jogadores
aéreos), de que “isto agora é que vai, agora é que…” (políticos irrealistas)
nem sempre têm base de sustentabilidade e, ao outro dia, a desilusão atinge-nos
em cheio.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 26 de Junho de 2014