segunda-feira, 5 de maio de 2014

CAIU O PANO SOBRE O CONCURSO DE BANDAS DE VILA FRANCA

Terminou ontem a 5ª edição do Concurso de Bandas de Vila Franca, um evento bienal de elevado nível organizado pelo Ateneu Vilafranquense e que teve nesta sua 5ª edição a participação de mais de trinta e três bandas, e a actuação de cerca de 2150 músicos, em 5 sessões contínuas praticamente lotadas por um público que assistiu em directo às actuações das bandas presentes em cada uma das 3 categorias concorrentes.

Com uma actuação a todos os títulos notável a Banda Marcial de Fermentelos, que concorreu na 1ª categoria, esteve à altura da qualidade de um certame desta envergadura, perante uma plateia de cerca de meio milhar de apreciadores de boa música, entre os quais se contavam muitos estrangeiros, colhendo intensos aplausos na execução do seu reportório.

Nesta segunda presença no evento (em 2006 alcançou o terceiro lugar na primeira categoria) a Marcial não se deixou impressionar pela altíssima qualidade do elevado número de músicos profissionais que actuaram em representação das congéneres adversárias, exibindo-se a um altíssimo nível sob direcção do maestro Hugo Oliveira, e saindo-se notoriamente bem sucedida quer na interpretação da peça de aquecimento “The Sun Will Rise Again’, do compositor Philipe Sparke, como da obra obrigatória “The Rise 2351”, do compositor açoriano Helder Bettencourt e da obra de livre escolha “Danzas del Infierno” de Bart Picquer.

Na avaliação da actuação das bandas participantes nesta categoria, o júri internacional composto por cinco jurados de reconhecido mérito artístico internacional, sendo dois portugueses (Délio Gonçalves e Alberto Roque), e três estrangeiros Jo Conjaerts (Holanda), Karl Holzner (Áustria) e Chiara Vidoni (Itália), atribuiu 95,2 pontos à Associação Recreativa e Musical ‘Amigos da Branca’ (também vencedora das 2ª e 4ª edições), tendo atribuído 94,2 pontos à segunda classificada (Sociedade de Imparcial de Alcochete (também vencedora das 1ª e 3ª edições) e 93,8 pontos à Banda Musical São Martinho de Fajões.

No prémio ‘Tauromaquia’, ao qual a Marcial também concorreu com a interpretação do pasodoble “Andrés Contrabandista” de Óscar Navarro, a vitória foi também da Sociedade de Imparcial de Alcochete.

A prestação da Marcial nesta 5ª edição do Concurso de Bandas de Vila Franca foi mais uma excelente oportunidade para se apresentar o que de melhor consegue produzir em termos de reportório, perante um público habituado a bons espectáculos, assim representando com inegável sucesso, não só a instituição como a filarmonia aguedense e a própria região, e desta forma aumentando o prestígio e o crédito nacional que as instituições musicais, os maestros e os executantes da freguesia e do concelho vêm, sucessivamente, granjeando por esse país fora, à custa de muito esforço e de enorme dedicação à causa da música, em especial à música filarmónica.

Apesar da classificação atribuída pelo júri, o reconhecimento do público foi, por si só, uma justíssima retribuição para a direcção, maestro e executantes da Banda Marcial de Fermentelos a quem, durante a longa maratona preparatória deste importantíssimo evento, não faltou ilusão nem vontade de vencer.

Para a posteridade aqui ficam os nomes do elenco de executantes da Rambóia participantes no evento:

Flauta: Joana Nolasco, Andreia Rodrigues, Miguel Martins, Sofia Granjeia, Mafalda Massadas, Cátia Nolasco, Rodrigo Massadas e Daniela Marques

Oboé: Fernanda Amorim, Hugo Teixeira e Margarida Nolasco

Fagote: Andreia Pereira e Rita Pereira

Clarinete: Tiago Pires, Ricardo Torres, Maurília Fernandes, Lúcia Dias, Vasco Valente, Bruna Rodrigues, Leonardo Marques, Raul Pires, Fábio Oliveira, Fernanda Simões, Cândido Santos, Rita Dias, Rodrigo Seabra e Inês Lemos

Clarinete Baixo: José Pedro Dias e Inês Andrade

Saxofone Soprano: Ricardo Pires

Saxofone-Alto: Melanie Oliveira, Adriana Duarte, Diogo Vela, Fabiana Fonte e Francisco da Ana

Saxofone-Tenor: Pedro Costa, Edgar Silva e Nelson Raposo

Saxofone-Barítono: Tiago Nolasco

Saxofone-Baixo: Francisco Rocha

Trompete: Pedro Gonçalves, Pedro Pacheco, Filipe Esteves, António Lemos, Tiago Santos, Diogo Diogo, João Mendonça e Ricardo Seabra

Trompa: Ruben Silva, Raul Tavares, Manuel Azevedo, João Brigeiro, Alexandre Brigeiro e Manuel Gonçalves (André João ausente, por motivo de doença)

Trombone: Gabriel Dias, Carlos Silva, Rui Lemos, Pedro Pires, Adriana Fonte, Fausto Lemos e Sérgio Simões

Bombardino: Noémio Gonçalves e António Nolasco (Fernando Estima ausente, por motivo de doença)

Tuba: Fábio Rodrigues, Artur Jorge Santos, Hélder Freitas, Horácio Pires e Carlos Rodrigues

Contrabaixo de Cordas: Pedro Barbosa

Piano: Beatriz Archer

Percussão: José Carlos Almeida, Hélder Roque, Jorge Pereira, Rui Geraldo, Beatriz Lemos, Leonardo Santos, Martim Pires, Rodolfo Pires e Francisco Silva.

Caíu o pano sobre o 5º Concurso de Bandas de Vila Franca: apesar de não ter vencido, a Marcial não pode deixar de ser felicitada pela coragem da sua participação e pelo trabalho na preparação para participar no evento, assim prestando um efectivo contributo à saudável causa da filarmonia, na singeleza do seu conceito e na pureza dos princípios que daí emanam, com destaque para a genuína verdade do seu elenco, para a galhardia dos seus músicos e para a convicção do seu maestro e talvez, quem sabe, para a ilusão de todos quantos, no seio da Banda Velha, se entregaram de alma e coração a esta jornada.

Como durante a gala de encerramento referiu o director artístico deste grande evento, o nível das bandas subiu abissalmente em 8 anos, tantos quantos passaram desde a realização do 1º Concurso de Bandas de Vila Franca em 2006; no entanto, o que pelos corredores do Ateneu Vilafranquense se ouvia da boca dos comuns e mortais adeptos da filarmonia e das bandas filarmónicas, ao que parece essa diferença não é bastante para que as bandas vencedoras deixem de ser as que, de dois em dois anos, têm chegado à vitória, pejadas de profissionais que, individualmente ou até mesmo formando naipes completos, usam fardas que nunca antes viram, dessa forma mandando às malvas esse inultrapassável factor de convergência de dirigentes, maestros e executantes conhecido por ‘espírito filarmónico’, cujo objectivo é apenas o de querer fazer sempre mais e cada vez melhor pela música enquanto arte.

Nesta hora de glória para os vencedores mas de verdadeira honra para os vencidos, é importante que se diga: ‘Obrigado Rambóia’.