terça-feira, 1 de abril de 2014

ERA UMA VEZ...

 
O BAILE DE MÁSCARAS

Era uma vez um senhor muito, muito curioso

Uma vez perguntou ao menino elefante o que é que ele gostava de ser, quando fosse crescido. O elefante respondeu que gostava de ser pulga. 
- E porquê? 
- Porque ninguém me descobria e eu fazia cócegas em quem me apetecia... 


Depois, o senhor muito curioso perguntou à girafa se ela tinha algum desejo que quisesse revelar. A girafa respondeu, em segredo, que gostava de ser, ao menos uma vez, caranguejo. 
- E porquê? 
- Para poder andar rasteirinha, a ver o que não vejo... 

A seguir, o senhor muito curioso perguntou ao coelho se sonhava e com quê. O coelho respondeu que, às vezes, lhe dava para sonhar que era lobo. 
- E porquê? 
- Porque se fosse lobo não tinha medo dos lobos. 

Então o senhor muito curioso perguntou ao leão em que é que ele magicava, antes de adormecer. O leão respondeu que, em noites de insónia, pensava que era ovelha. 
- E porquê? 
- Para não me dar ao trabalho de caçar. Regalava-me com ervas e pronto... de papo para o ar! 

Para satisfazer os bichos, o senhor muito curioso, que também inventava histórias como esta, resolveu organizar um baile de máscaras. Veio o elefante mascarado de pulga, a girafa vestida de caranguejo, o coelho disfarçado de lobo e o leão de ovelha. 

Nem calculam como acabou a festa! 

O elefante aos saltos 
deu cabo da orquestra... 
A girafa, coitada, 
numa frincha da porta 
ficou entalada. 
Mas o que mais importa 
na baralhada 
desta agitação 
foi quando o coelho 
quis comer o leão. 
E o baile terminou 
e a história findou 
em completa confusão.

Até eu, que a inventei, 
levei um encontrão!

António Torrado | Cristina Malaquias, aqui