A violência
doméstica, física, psicológica, financeira, sexual e até a negligência, é mais uma das muitas
vergonhas nacionais, como ser um dos países mais pobres da União Europeia,
ocupando o 9º lugar; o banco do Estado, Caixa Geral de Depósitos, ter dado um
prejuízo de mais de 800 milhões de euros, no ano transacto, apesar dos partidos
da governação terem nomeado mais quatro administradores, (que estiveram lá a
fazer?); governo e câmaras esquecerem-se que cada vez as casas e terrenos valem
menos, mas idosos e novos têm de pagar o
mesmo IMI, com língua de palmo, se não for mais.
O Fisco não tem tempo para
fazer e repor a justiça, mas pula e avança sobre uns e outros.
Só pensa em
cobrar, não cuida dos interesses das pessoas. Também a empresa das águas do
distrito de Aveiro, que foi formada a pensar no encaixe de uns tantos
administradores, à custa do empobrecimento das fontes de receita das Câmaras e
da aplicação de uma tarifa pesada, quase o triplo, leva os idosos às lágrimas.
Mais. Para além daquele tipo de violências,
ainda se vêem brutalmente espoliados nas suas pensões, medida que, afinal, não
será transitória. Veio para ficar, tal qual a austeridade. Curiosamente
Jerónimo de Sousa, antes da Troika vir, já agoirava: vinha aí mais austeridade.
Retirando-lhe a carga demagógica, talvez tenha razão.
Houve nota positiva, (também
um balde de água fria no exagerado entusiasmo do governo), mas este ainda não
abriu o pano escuro. Por pura conveniência? Não admira que as vítimas sejam as
mesmas, quando é mais do que tempo para emagrecer o Estado no tocante a
fundações e observatórios, às centenas, rendas, subvenções, luxuosas pensões,
diminuição do número de deputados, assessores e especialistas (de nada),
reformas estruturais.
Mas com pés e cabeça.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 6 de Março de 2013