A última
semana ficou marcada pelo envio para o Tribunal Constitucional por Cavaco da
norma da Convergência das Pensões, fonte de muita conversa e muitas
preocupações; pelo Plenário de Esquerda, pontificado, pois claro, por Soares,
que vai dizendo disparates e “tontarias”, (dixit Marcelo R. de Sousa) e a manif
das Forças de Segurança que, ao deixarem subir os camaradas as escadas da AR,
mais se desacreditaram.
Quando outras manifestações forçarem barragens, qual
vai ser o seu papel? Forças da Ordem, entrando na desordem, à voz dos
sindicatos, resquícios do PREC. Mas já o Plenário de Esquerda, que alguns
consideraram um encontro de patriotas (no tempo do PREC, esta palavra era considerada
reacionária) é mais uma daquelas bizantinices do ex-presidente que tem sido
tudo menos “um pai da democracia”, “uma reserva da República” (só se for das
bananas).
Tem sido, neste últimos tempos, um agitador de massas, num claro
apelo â violência, punível por lei, (só falta alguém puxar pelo gatilho), não
tem mostrado o bom senso e o equilíbrio nas críticas, ao contrário da prudência
de Sampaio e Eanes, que, no dia 25, foi justamente homenageado. Este, sim, será
honrado pai da democracia, uma referência moral, um digno exemplo de cidadania.
Afastando os portugueses, pôs o país no caminho da democracia, já abocanhada
pela esquerda, deu o peito às balas e não se serviu do poder para criar
fundações, subvenções e outras mordomias.
Mário Soares não tem moral nenhuma
para falar da maneira que fala. Se alguém, deveria estar caladinho, era ele,
porque é um dos que mais beneficiou com o regabofe nacional. Culpas também tem a
comunicação social que toda se curva e reverencia quem tem vindo a perder o bom
senso e é responsável por uma descolonização vergonhosa, que deu origem a milhares
de mortos.
Soares com as palavras incendiárias, irresponsáveis, pedindo a
demissão de Cavaco e do Governo, tudo de uma assentada, é hoje um bota-abaixo
dos que não da sua tribo. Nem sabe que isso não pode ser, tão pouco avalia os
imensos custos. Se a crise criada por birras de Portas custou elevados juros, o
que não seria com a queda de Cavaco e Passos!
É preciso que alguém do PS ponha
juízo na cabeça de Soares, de contrário começa a cair no ridículo pela fome
desenfreada de protagonismo.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 28 de Novembro de 2013