terça-feira, 1 de outubro de 2013

A VITÓRIA DE RUI RIO

O que quero salientar é a vitória de Rui Rio nestas eleições autárquicas, através de Rui Moreira.

É certo que um dos fenómenos da noite eleitoral é a emergência dos independentes, com 11 câmaras ganhas. Mas trata-se sobretudo de questiúnculas dentro dos partidos tradicionais, como aconteceu em Matosinhos com Guilherme Pinto, que queria era ser o candidato do PS e não o conseguiu.

Já Moreira não valeu apenas por si, como figura conhecida do Porto. Ele foi a bandeira erguida contra a demagogia de Menezes – o qual representa o pior do PSD, e como Passos Coelho promete tudo e escancara as contas dos municípios por onde passa (Passos aumenta consistentemente a dívida do Pais e conduz-nos para um irremediável 2º resgate, sem condições para pagar aos credores, ao mesmo tempo que atira os portugueses para a maior pobreza interna).

É certo também que a leitura mais imediata é da grande vitória geral do PS (com a particular de António Costa em Lisboa), em contraste com a enorme derrota do PSD.

E há ainda o fim do jardinismo agonizante, com várias câmaras de Madeira a passarem para a oposição, incluindo a do Funchal – mostrando que até o eleitorado madeirense está a amadurecer.

Mas Rui Rio, que (de resto, como Costa em Lisboa) provara ser possível fazer uma politica radicalmente diferente da de Passos Coelho (ou seja, sanear as contas do município, sem o estrangular economicamente), e temia que Menezes remergulhasse o Porto num desesperante passismo, ganhou a aposta de promover a candidatura de Moreira (cuja vitória se deve também ao apoio de grandes figuras do PSD, de Rio a Rangel, passando por Miguel Veiga, e do CDS). E aí temos agora o PSD com Rio feito uma alternativa viável e possivelmente vitoriosa também a nível nacional e do Partido.

E, para quem pense que as autárquicas nunca têm nada que ver com o Governo, não basta recordar os casos de Balsemão e Guterres para provar o contrário. Convém estudar um bocadinho dos movimentos sociais, como o tentaram Sá Carneiro e Lucas Pires – e perceber que a democracia não vive exclusivamente das formalidades desenhadas, mas também dos movimentos das pessoas (fora das instituições politicas) nos intervalos das eleições (é isso a Sociedade Civil).

Retirada daqui