O primeiro-ministro disse, esta quarta-feira, que o declínio demográfico do país "obriga a reestruturar a oferta educativa nos equipamentos e recursos humanos", processo que admitiu poder gerar "incompreensões", mas que "tem de ser feito".
Passos Coelho e o ministro Nuno Crato estiveram numa escola em Oliveira do Bairro, onde foram recebidos por protestos.
Esta quarta-feira de manhã, à chegada à escola básica de Bustos, no concelho de Oliveira do Bairro, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o ministro da Educação Nuno Crato foram recebidos por protestos.
"Está na hora, está na hora de o Governo ir embora", ouviram os governantes por parte de elementos da União de Sindicatos de Aveiro, afeta à CGTP. Entre os manifestantes também estavam pais e encarregados de educação, a contestar a "reinauguração" do estabelecimento de ensino que já tinha sido inaugurado em fevereiro deste ano, noticia o "Público". E se, na inauguração, a entrada foi livre, esta quarta-feira, a população escolar ficou à porta. "Inauguração foi para o povo e agora a reinauguração é para a realeza", lia-se numa faixa.
Na cerimónia, o primeiro-ministro disse que o declínio demográfico do país "obriga a reestruturar a oferta educativa nos equipamentos e recursos humanos", processo que admitiu poder gerar "incompreensões", mas que "tem de ser feito".
"Não é um processo fácil, porque obriga a requalificar a oferta, mas também a dispensar recursos que durante muitos anos foram crescendo", disse. "Temos de fazer o que outros, no passado, não fizeram", acrescentou.
Passos Coelho enalteceu a colaboração das autarquias na agregação de escolas e constituição dos agrupamentos, "com o objetivo de concentrar os melhores recursos em centros de média dimensão"
Portugal tem de continuar a investir na educação, defendeu, mas com racionalização de meios. A razão, explicou, é "o atraso secular" que faz com que uma parte significativa dos desempregados "não tenha sequer concluído o 9º ano e tenha mais dificuldades em se adaptar às novas circunstâncias" de mutações económicas e aceleração tecnológica.
"Isso paga-se e não podemos deixar de investir para recuperar desse atraso, mas temos de fazer as nossas contas", disse Passos Coelho, advertindo para a necessidade das verbas do próximo quadro comunitário de apoio, mas "sem esbanjar recursos", sob pena de "condenar os jovens a um futuro, esse sim, de empobrecimento".
As Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico e Educação Pré- Escolar de Bustos e Troviscal integram o plano que levou à construção de 8 novos Polos Escolares no concelho nos últimos 8 anos. Estas duas escolas representam um investimento total que ultrapassa os 6 milhões de euros, valor comparticipado em cerca de 50% pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Frequentam estes dois equipamentos 223 crianças.
O chefe do Governo considerou que estes são equipamentos "de excelência, mas sem luxo" o qual "não é preciso para haver uma educação de qualidade".
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