O papa do povo é o título de
um dos muitos livros que revelam a figura carismática do papa Francisco.
Isso
verificou-se nas jornadas da Juventude no Brasil que decorreram na última
semana, com total êxito, a mostrar a força da igreja, pesem embora as falhas da
organização.
É este homem simples, contagiante, humano em todos os gestos,
fraterno, sempre, próximo, acessível, de discurso tocante e preocupado, que
trago hoje aos meus leitores.
Desde o primeiro dia, logo se verificou a grande proximidade entre o papa Francisco, que sempre teve em mira aproveitar “aprofundar a amizadeem Jesus Cristo ” e as multidões, sem medos e
complexos. A empatia e o entusiasmo foram crescendo e nas últimas cerimónias
nas praia de Copacabana, com a imagem do Cristo Corcovado em fundo, já eram
cerca de três milhões de jovens e menos jovens, mas gente ansiosa por palavras
de um novo rumo e de um mundo melhor, com raízes profundas no amor e na
solidariedade.
Desde o primeiro dia, logo se verificou a grande proximidade entre o papa Francisco, que sempre teve em mira aproveitar “aprofundar a amizade
Palavras que foi deixando acesas no coração de todos. Falando
dos jovens, (muitos “não confiam nas instituições políticas, porque vêem
egoísmo e corrupção”) reconheceu que os políticos têm de abrir-lhes espaços e
“condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento”(…) “Com
essas atitudes precedemos hoje o futuro que entra pela janela dos jovens”.
Estava a ver o Brasil, também o mundo. As palavras tinham uma abrangência
universal. Na visita a um hospital de recuperação de drogados: “é necessário
enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas”, educando os jovens
para outros valores. “Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de
Cristo, aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar
solidariedade, afecto e amor”.
No bairro da Verginha: “a solidariedade é uma
palavra frequentemente esquecida ou silenciada por incómoda”. Falando de outro
mal do mundo: “não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais
solidário. Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades e a tantas
injustiças sociais”. (Em Portugal estão medrando).
Quanto à agitação no Brasil
e no mundo: “entre a indiferença egoísta e o protesto violento há uma opção, o
diálogo. Um país cresce quando as suas riquezas culturais dialogam de modo
construtivo”.
Lições com substância.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 1 de Agosto de 2013