sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O PAPA DO POVO


O papa do povo é o título de um dos muitos livros que revelam a figura carismática do papa Francisco

Isso verificou-se nas jornadas da Juventude no Brasil que decorreram na última semana, com total êxito, a mostrar a força da igreja, pesem embora as falhas da organização. 

É este homem simples, contagiante, humano em todos os gestos, fraterno, sempre, próximo, acessível, de discurso tocante e preocupado, que trago hoje aos meus leitores.


Desde o primeiro dia, logo se verificou a grande proximidade entre o papa Francisco, que sempre teve em mira aproveitar “aprofundar a amizade em Jesus Cristo” e as multidões, sem medos e complexos. A empatia e o entusiasmo foram crescendo e nas últimas cerimónias nas praia de Copacabana, com a imagem do Cristo Corcovado em fundo, já eram cerca de três milhões de jovens e menos jovens, mas gente ansiosa por palavras de um novo rumo e de um mundo melhor, com raízes profundas no amor e na solidariedade. 

Palavras que foi deixando acesas no coração de todos. Falando dos jovens, (muitos “não confiam nas instituições políticas, porque vêem egoísmo e corrupção”) reconheceu que os políticos têm de abrir-lhes espaços e “condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento”(…) “Com essas atitudes precedemos hoje o futuro que entra pela janela dos jovens”. 

Estava a ver o Brasil, também o mundo. As palavras tinham uma abrangência universal. Na visita a um hospital de recuperação de drogados: “é necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas”, educando os jovens para outros valores. “Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de Cristo, aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade, afecto e amor”. 

No bairro da Verginha: “a solidariedade é uma palavra frequentemente esquecida ou silenciada por incómoda”. Falando de outro mal do mundo: “não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário. Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades e a tantas injustiças sociais”. (Em Portugal estão medrando). 

Quanto à agitação no Brasil e no mundo: “entre a indiferença egoísta e o protesto violento há uma opção, o diálogo. Um país cresce quando as suas riquezas culturais dialogam de modo construtivo”. 

Lições com substância.

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 1 de Agosto de 2013