O papa Francisco no encontro
mundial dos jovens, fermento para a mudança, não falou só para eles, mas fez do
Brasil o púlpito do mundo.
Mesmo quando visitou favelas, toxicodependentes e
reclusos ou celebrou a alegria e o amor a Cristo na praia de Copacabana, por
toda a parte.
Falou para o mundo e também para dentro da igreja, com pecados de
mundanidade e carreirismo; sobre as “intoleráveis desigualdades”, sociais e
económicas, que fazem este mundo cão.
Visitando um hospital onde ouviu testemunhos de toxicodependentes, mostrou que é contra esta modalidade da cultura da morte, o narcotráfico e a legalização das drogas, para o que é necessária muita coragem, mexe com um dos piores submundos. Viagem coincidente com manifestações e distúrbios no Brasil, pronunciou duas palavras-chave, diálogo e esperança, “diálogo de amigos” e a obrigação dos católicos proclamarem a esperança, como caminho para um mundo melhor.
Visitando um hospital onde ouviu testemunhos de toxicodependentes, mostrou que é contra esta modalidade da cultura da morte, o narcotráfico e a legalização das drogas, para o que é necessária muita coragem, mexe com um dos piores submundos. Viagem coincidente com manifestações e distúrbios no Brasil, pronunciou duas palavras-chave, diálogo e esperança, “diálogo de amigos” e a obrigação dos católicos proclamarem a esperança, como caminho para um mundo melhor.
Aos políticos do Brasil e do mundo (e aqui estamos
nós portugueses), apresentou como soluções para os problemas sociais “o diálogo
construtivo”, contra “a indiferença egoísta” [dos políticos] e “o protesto
violento”. E deu conta desta realidade: os jovens “perderam a confiança nas
instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção ou perderam a Fé na
igreja, e mesmo em Deus, pela incoerência dos cristãos e dos ministros do
Evangelho”.
Para o papa Francisco, a Fé é sinónimo de revolução que é preciso
levar às periferias das grandes cidades e do mundo, onde vivem os mais pobres e
desprotegidos, os marginalizados. E pediu aos jovens para serem
revolucionários, neste sentido, transportadores do fogo da Fé e do amor a
Cristo, através do amor aos outros, construtores de um novo mundo de valores
perenes.
Já dentro do avião, de
regresso, em conversa com os jornalistas, o papa foi igual a si mesmo. Ele que
tem um grande objectivo, reformar a Cúria Romana, por vezes centro de
escândalos (banco, o lóbi gay, subtracção de documentos), disse a propósito:
“Há santos na Cúria, mas também há alguns que não assim tão santos e estes são
os que fazem mais barulho”. Quanto aos homossexuais, não consegue condená-los:
“se uma pessoa é gay e procura o Senhor de boa fé, quem sou eu para julgar?”. Defende
a integração, não a marginalização. Quanto à ordenação das mulheres, é que
fechou a porta.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 8 de Agosto de 2013