terça-feira, 30 de julho de 2013

ERA UMA VEZ...

OS TRABALHOS DO JOCA
Chegaram as férias. Chegaram as férias para todos, menos para o Joca

Realmente, já não tem de ir à escola. Mas, em contrapartida, nem fazem ideia do que o rapaz tem agora que fazer! 

Para o Joca não há parança. Avaliem se tenho ou não tenho razão... 


Às 2ª feiras, o Joca é bombeiro, ao volante da ambulância vermelha. 

Às 3ª feiras, é maquinista, a contas com os manípulos da locomotiva. 

Às 4ª feiras, é ciclista e farta-se de correr, isto é, de pedalar. 

Às 5ª feiras, é motorista, e que bem que ele guia a camioneta. 

Às 6ª feiras, é aviador, aos comandos de uma bela avioneta. 

Aos sábados, é cow-boy e monta um cavalo branco, com arreios dourados. 

Aos domingos - calculem que até aos domingos! - é astronauta, dirigindo pelo espaço o foguetão de prata. 

Às 2ª feiras... Às 2ª feiras, que desolação! Quando se preparava para regressar ao trabalho, o Joca dá conta de que, no largo da vila, o carrossel vai ser desmanchado. 

A voz que o animava a ?mais uma corrida! Mais uma viagem!" emudeceu. 

Vai o carrossel para outras terras, dar que fazer a outros meninos, rodopiar ao som da mesma música, que o encantou a ele, a semana inteira. 

E a ambulância dos bombeiros, a locomotiva, a bicicleta, a camioneta, o avião, o cavalo, o foguetão, rodando, uns atrás dos outros, rodando sempre, vão pôr a andar à roda as cabeças de mais meninos. De olhos fechados, eles sentem-se, de repente, bombeiros, maquinistas, ciclistas, motoristas, aviadores, cow-boys, astronautas... 

O Joca vê partir o carrossel e tem pena. Mas, paciência! Há mais coisas a fazer durante as férias - por exemplo, brincar. E, a esse respeito, o Joca não se perde.


António Torrado e Cristina Malaquias, aqui