O ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Portas, apresentou hoje o seu pedido de demissão ao
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
A decisão "é irrevogável", adianta o ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros num comunicado enviado à Lusa.
"A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente
cuidadosa e consensual.(...) Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao
Primeiro-Ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha [de Maria Luís
Albuquerque]. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do
Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um ato de dissimulação. Não é
politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível".
"O Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no
Ministério das Finanças. Respeito mas discordo", adiantou.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, apresentou segunda-feira o pedido de
demissão e vai ser substituído pela sua secretária de Estado do Tesouro, Maria
Luís Albuquerque, que tem tomada de posse marcada para as 17:00 no Palácio de
Belém, em Lisboa.
Numa carta enviada ao primeiro-ministro, Vítor Gaspar admitiu ter pedido duas
vezes a demissão do Governo, em 2012 e já em 2013, e justifica a sua saída com a
falta de "mandato claro" para concluir atempadamente a sétima avaliação da
'troika'.
Portas adianta que, em dois anos de governo, "protegeu até ao limite das suas
forças o valor da estabilidade", mas "a forma como, reiteradamente, as decisões
são tomadas no Governo torna, efetivamente, dispensável" o seu contributo.
O comunicado termina com um agradecimento aos colaboradores no Ministério dos
Negócios Estrangeiros e colegas de Governo, "sem distinção partidária".
Leia aqui o teor integral da carta de demissão apresentada por Paulo Portas ao primeiro ministro
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