Como os juízes do Tribunal
Constitucional (TC) não são especialistas em Economia, levaram noventa dias,
mesmo deslocando-se em carros de alta gama (uma ofensa e um prejuízo) para
chegar ao acórdão, que mesmo assim peca por uma fundamentação ligeira, segundo
Marcelo.
O anúncio feito como foi, na última sexta-feira, a hora nobre, em
conferência de imprensa, como quaisquer pedantes políticos, caiu mal, tanto
como o discurso de Relvas na despedida. Afinal, políticos e altos funcionários
públicos são do mesmo barro.
Logo rejubilou toda a esquerda, todos os que haviam sido injustiçados e logo Seguro, todo guloso do poder, (nem que seja para pior) a pedir eleições antecipadas, já, o blá-blá do PC, o BE. Todos, à uma, vomitando populismo, dizem que o governo não tem mais espaço.
Logo rejubilou toda a esquerda, todos os que haviam sido injustiçados e logo Seguro, todo guloso do poder, (nem que seja para pior) a pedir eleições antecipadas, já, o blá-blá do PC, o BE. Todos, à uma, vomitando populismo, dizem que o governo não tem mais espaço.
Cortou-lhes a freima não só Coelho disposto a manter-se mas também a
intervenção de Cavaco que veio alertar: o governo tem toda a legitimidade para
continuar a governar. De preferência com inevitável remodelação do governo,
negociações que aliviem sufoco, sem mais impostos. O governo teve que engolir
sapos vivos e reunir-se de emergência para ver qual o caminho a seguir.
Cada
vez mais escuro e apertado. Depois de uma moção de censura que deu no que deu,
nada, na 4ª -feira, uma 6ª-feira negra, que significa uma derrota para Passos e
um rombo nas contas de Gaspar, nas contas da bolsa e dos bancos. Se é verdade
que este acórdão vai beneficiar funcionários públicos, pensionistas e privados
nos cortes dos subsídios, que atingiam também as baixas, não é menos verdade
que, como resultado, logo os juros sobre os empréstimos subiram cerca de 20%.
Logo mais um passo atrás, mais roto o orçamento e nós mais endividados. Não foi
em alhos, irá em bugalhos (Educação, Saúde, Previdência). Este acórdão alargou
a porta a maior nº. de desempregados públicos. Espera-se que agora todos sejam
chamados a pagar a crise, a começar, como exemplo, pelo próprio governo, pela
PR, pela AR, pelo TC, que não deveria ter deixado em suspenso um governo, um
país, durante tanto tempo.
Por muito trabalho que seja invocado, cremos que é
demasiado para um país que precisa de soluções rápidas para matar a crise, mas
sem os erros anteriores.
Que lhes sirva a lição. Esta vai ser uma semana
infernal para o governo.
Vamos esperar para ver.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 11 de Abril de 2013