O autarca tipo eleito em 2009 em Portugal é homem, tem 45 anos, e desempenhava sobretudo profissões intelectuais e científicas, no caso dos eleitos municipais, ou administrativas, no caso dos eleitos de freguesia, revela um estudo do Governo.
O levantamento, da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI), realça ainda que as mulheres eleitas para os órgãos das autarquias locais em 2009 são apenas 27,7%, continuando a ter uma expressão reduzida em relação ao universo total dos eleitos, “embora se assista a um crescimento gradual da sua participação no poder local”.
De acordo com o estudo, o PS mantém a maioria de mandatos a nível global no conjunto dos quatro órgãos analisados (Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia).
Os socialistas detêm, na totalidade dos quatro órgãos autárquicos, a maioria de eleitos nos distritos de Beja, Braga, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Porto e Santarém e na Região Autónoma dos Açores. O PPD/PSD tem a maioria de eleitos nos distritos de Aveiro, Leiria e na Região Autónoma da Madeira. O PCP-PEV a maioria de eleitos no distrito de Setúbal.
O estudo realça ainda que os eleitos apurados que não pertencem a estruturas partidárias têm uma expressão muito reduzida no conjunto do país: os eleitos incluídos em Grupos de Cidadãos Eleitores representam 7,2% e os Eleitos Independentes em listas de partidos/coligações apenas 0,2%.
De acordo com as conclusões do estudo, a estrutura socioprofissional dos eleitos locais de 2009 “continua a diferir consoante o órgão para o qual foram eleitos”: nos órgãos municipais, os eleitos locais são sobretudo indivíduos “Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas”, com uma média etária de 46 anos, e, nos órgãos de freguesia, as categorias profissionais que mais se destacam são “Pessoal Administrativo e Similares, Pessoal dos Serviços e Vendedores” e “Operários, Artífices e Operadores de Máquinas”, apresentando estes eleitos uma média de 44 anos.
A categoria de “Aposentados” também cresceu na estrutura socioprofissional dos eleitos, representando 18,2% dos presidentes de Junta de Freguesia e 14,7% dos presidentes de Assembleia Municipal, é realçado no estudo.
Em termos partidários, nos municípios, o “Pessoal Administrativo e Similares, Pessoal dos Serviços e Vendedores” tem um maior peso no PCP-PEV e no CDS-PP, enquanto os “Quadros Superiores e Dirigentes da Administração Pública e Empresas” se destacam entre os eleitos do PS, PPD/PSD e BE.
Nos órgãos de freguesia, a maioria dos eleitos pertence às categorias “Pessoal Administrativo e Similares, Pessoal dos Serviços e Vendedores” e “Operários, Artífices e Operadores de Máquinas”, independentemente da força partidária a que pertencem. A excepção a esta regra é o BE, cujos eleitos desempenham maioritariamente profissões intelectuais e científicas.
Em termos de distribuição territorial, 44 anos é a média de idades mais baixa dos autarcas municipais e regista-se no distrito de Braga, enquanto a mais elevada ronda os 48 anos e verifica-se no distrito de Castelo Branco.
No caso dos autarcas de freguesia, a média de idades para o total dos eleitos para os órgãos de freguesia é de 44 anos, sendo que também aqui o distrito de Castelo Branco tem a média de idades mais elevada (48 anos) e a Região Autónoma dos Açores regista a média mais baixa (41 anos).
O estudo da DGAI tratou estatisticamente os dados de 88,2% dos eleitos locais (50.637 de um total de 57.396 eleitos), distribuídos por câmaras e assembleias municipais e juntas e assembleias de freguesia, sem variações assinaláveis no que diz respeito à distribuição partidárias.
Retirada daqui