Tem sido recorrente ouvir o Sr. Presidente
da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro referir que o nosso município foi
aquele conseguiu maior receita per capita nos apoios do QREN, em todo o
distrito.
É um facto indesmentível que só abona em favor dos quadros técnicos
ao serviço da nossa Câmara Municipal. Mas esta é apenas uma das faces da moeda.
A outra, infelizmente, não é assim tão reluzente. Antes pelo contrário
O Município de Oliveira do Bairro apresentou oito candidaturas para a construção de novos polos escolares no concelho, no montante global de quase vinte milhões de euros. Deste valor, apenas foram considerados elegíveis para efeitos de apoio pelo QREN, cerca de treze milhões de euros. Desse montante, o município obteve uma comparticipação de cerca de onze milhões de euros. Ou seja, uma comparticipação de apenas 56% do custo total.
O Município de Oliveira do Bairro apresentou oito candidaturas para a construção de novos polos escolares no concelho, no montante global de quase vinte milhões de euros. Deste valor, apenas foram considerados elegíveis para efeitos de apoio pelo QREN, cerca de treze milhões de euros. Desse montante, o município obteve uma comparticipação de cerca de onze milhões de euros. Ou seja, uma comparticipação de apenas 56% do custo total.
Uma percentagem extremamente baixa que deita por terra a imagem
de sucesso dessas candidaturas. Se compararmos com os outros concelhos da Bairrada,
Oliveira do Bairro tem a menor taxa de comparticipação de todos eles. Desde
a Mealhada com cerca de 64% até Águeda com 80%, todos tiveram taxas de
comparticipação relativamente ao custo total, muito superiores.
Assim, Oliveira do Bairro despende cerca de
oito milhões e meio de euros dos seus cofres, na construção das novas escolas.
Quase tanto como Águeda, Anadia, Mealhada, Vagos e Cantanhede gastaram no seu
conjunto, para a mesma finalidade. Um exercício de gestão absolutamente
extraordinário, se tivermos em conta que temos cerca de 15% do total de alunos
daqueles concelhos e pagamos quase tanto, como eles todos juntos.
O resultado está à vista. O pólo escolar de
Vila Verde custou três milhões de euros e tem 58 alunos. O de Bustos custou
outro tanto e tem 114 alunos. Vais ser construído um na Mamarrosa, freguesia que
tem actualmente seis dezenas de alunos, que custará cerca dois milhões e meio
de euros (se não tiver trabalhos a mais, como é costume).
Enquanto nos outros
concelhos aproveitaram para remodelar algumas escolas existentes e construíram
algumas novas, aglutinadoras de alunos de várias freguesias, em Oliveira do
Bairro construíram-se oito escolas novas. Para seis freguesias. Tudo à grande.
Como se estivéssemos num país rico e não houvesse outras prioridades.
Num concelho que tem provavelmente o pior
hospital de todo o distrito. Num concelho onde chove dentro do posto da polícia
e onde não há espaço para trabalhar no tribunal.
Um concelho onde o desemprego
disparou obrigando muitos munícipes a emigrar e outros a viverem com grandes
dificuldades. Um concelho onde há pessoas a passar fome.
A gestão pública municipal pressupõe a criação
de condições para o bem-estar dos munícipes, devendo ser as pessoas a grande
prioridade. Só depois vêm as obras como factor potenciador da melhoria da sua
qualidade de vida.
Mas em Oliveira do Bairro deixou-se para trás o
desenvolvimento económico e a qualidade de vida das pessoas, apostando-se
essencialmente nas grandes obras, que absorvem uma grande parte do orçamento
municipal.
O povo tem que saber porquê.
Jorge Pato
Presidente da Comissão Política do CDS/PP
de Oliveira do Bairro