sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SUGESTÃO DE LEITURA - PORQUE O FIM DE SEMANA ESTÁ AÍ


Derradeiro livro de Christopher Hitchens, influente cronista e pensador falecido no final de 2011, Mortalidade é uma das principais apostas das Publicações D. Quixote para este mês.
Ao longo do livro, Hitchens descreve com minúcia a progressão da doença - cancro do esófago - que o vitimou. Sem sentimento de autocomiseração ou revolta, o colunista de periódicos como Times Literary Supplement, Vanity Fair ou Atlantic faz das páginas de Mortalidade - que, segundo o editor Graydon Carter, "se encontram entre as melhores que escreveu ao longo da vida" - revela a brutalidade dos tratamentos a que se sujeitou e a esperança na recuperação que manteve até ao fim.
Com a profundidade que lhe era característica, o autor britânico disserta no pequeno livro sobre a proximidade crescente da morte, os danos provocados pela piedade alheia e a luta constante contra o "alienígena cego e insensível", como descrevia o seu tumor.
Mesmo com o avanço prograssivo da doença terminal, Christopher Hitchens explica ao longo das páginas como fez questão de cumprir os compromissos já assumidos, como entrevistas e colóquios, missão que se revelou cada vez mais complicada com o acentuar dos sintomas. "Para mim, os debates e as palestras fazem parte do sopro da vida, e dou grandes golfadas quando e onde me é possível", escreve.
Mortalidade foi considerado pela crítica um dos registos mais introspetivos escritos pelo autor de Hitch 22 e Deus não é grande - como a religião envenena tudo.

Retirada daqui