terça-feira, 20 de novembro de 2012

K DE KIWI

O nome kiwi transporta-nos para algo exótico e distante, quanto mais não seja por utilizar duas letras que só recentemente entraram no nosso alfabeto.

Apesar da excentricidade do nome, o kiwi tem forte implantação nacional com uma produção superior a 12 mil toneladas. Foi justamente a sua mudança de nome o click que faltava para o crescimento exponencial do consumo deste fruto. 

Originalmente designado de groselha chinesa, o kiwi foi rebaptizado nos anos de 1960 com vista a aumentar a sua popularidade, e hoje vemo-lo como se sempre tivesse feito parte do nosso quotidiano alimentar.

Muitas vezes falamos de injustiças e mitos alimentares no nosso Dicionário dos Alimentos, no entanto, existem também “musiquinhas de ouvido” que fazem todo o sentido e o papel positivo dos kiwis na melhoria do trânsito intestinal é uma delas. De facto, para além da boa quantidade de fibra nele existente, as suas membranas celulares possuem excelentes capacidades de retenção de água, propriedade essencial para o aumento da consistência e volume fecal.

Pelo contrário, um benefício que raramente é associado ao kiwi é a sua extraordinária quantidade de vitamina C, que deixa qualquer um dos famigerados citrinos a um canto e coloca-o no trono dos frutos no que a esta vitamina diz respeito. Também no fortalecimento do nosso sistema imunitário o kiwi tem uma palavra a dizer ao ser uma boa fonte de vários “imuno-nutrimentos”, como a já referida vitamina C conjuntamente com a vitamina E, folato e cobre.

Com toda esta riqueza nutricional, não será difícil de adivinhar que o consumo de kiwi esteja associado a um grande número de benefícios na saúde quer do ponto de vista cardiovascular - com a diminuição dos níveis de triglicerídeos e inibição de fenómenos de agregação plaquetária envolvidos na formação de trombos - quer na melhoria da flora intestinal, fruto dos seus igualmente elevados valores de vitamina K. 

Um dos emergentes benefícios do kiwi passa igualmente pela sua capacidade de protecção e reparação dos danos do nosso ADN associados a mutações e ao cancro, derivado dos seus teores de betacaroteno e luteína.

O kiwi é então uma excentricidade caseira no panorama dos nossos frutos. Consegue simultaneamente ter nome e aparência de fruto tropical mas, quer na sua produção quer nos efeitos na saúde, é um dos nossos!

Pedro Carvalho, aqui