É verdadeiro e trágico.
Aumenta
a violência, até entre casais do mesmo sexo, como a violência doméstica, no
sentido casa-nação. E há doenças de foro mental que agora começam a grassar em força.
O foco maior está na crise, nesta grande depressão que
lembra os anos trinta do século passado. Se está descoberta a fonte de todos os
males, a crise, o remédio (o emprego) está bem longe. Sendo assim, a falta de
trabalho e consequente falta de dinheiro e pão na mesa, o país pode
transformar-se num gigantesco Júlio de Matos.
A nível político, este país é de
loucos, um manicómio, uma perigosa oficina de experimentação sobre a
resistência dos pobres. Gaspar, por quem o ministro das Finanças alemão tem uma
grande admiração, chegando a impressionar-se mesmo com o seu desempenho, ao
contrário dos portugueses, que o olham de lado, anda, há muito, com a cabeça
nas nuvens. Longe do país real, erra todas as previsões.
Enquanto o povo não vê
como é engolido tanto imposto, tanta taxa. Ora tudo isto provoca agudas dores
de cabeça. Os mais pobres entram em parafuso, noutra depressão, adoecem, vão engrossar
a loucura colectiva que se agravará a partir de Janeiro.
Quem de certeza não
entra nesta crise psicótica são os políticos que usufruem subvenções
vitalícias, mesmo não tendo feito nada de jeito, os que se encheram à custa do
regime, compadrio e falcatruas, os ladrões do BPN, os corruptos a viver à vara
longa noutras paragens ou com milhões nos paraísos fiscais e a quem ninguém
toca.
Gaspar tem tanta pressa em arranjar dinheiro que até aumentou o ordenado
aos avaliadores do IMI. Para serem mais eficientes. Para esta caça ou
assessores, aos montes, há dinheiro, para os outros há dietas impiedosas. Passos
disse na Madeira que não tem receio da impopularidade, mas passou a mão p’lo pêlo
(bastante eriçado) dos portugueses, ao dizer acreditar na sua inteligência, mas
faz-nos de burros, quando não explica que fava amarga nos vai sair de um
Orçamento brutal.
Era melhor que fosse mais transparente e nos explicasse para
onde vão o nosso suor e lágrimas.
Já é mais do que tempo.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 29 de Novembro de 2017
