quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PAI DE JUÍZA ACUSADO DE HOMICÍDIO COMEÇA A SER JULGADO HOJE


O engenheiro agrónomo acusado de ter matado o ex-companheiro da filha com a neta ao colo, no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, começa hoje a ser julgado por um tribunal de júri.

O julgamento com tribunal de júri foi pedido pela família da vítima e terá início pelas 09:15, no Tribunal de Anadia, devido à falta de condições do tribunal local.

O suspeito, a aguardar julgamento em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, depois de ter passado alguns meses na cadeia, está acusado de um crime de homicídio e um crime de detenção de arma proibida.

O caso remonta a 05 fevereiro de 2011, quando o advogado Cláudio Rio Mendes se encontrou pela segunda vez com a filha, de três anos, conforme determinado no processo de regulação do poder paternal, no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro.

No local, também se encontrava o pai da sua ex-companheira que, após uma discussão, terá puxado de um revólver e disparado um tiro à queima-roupa contra o causídico.

Cláudio Rio Mendes ainda virou as costas e procurou fugir, mas o arguido seguiu-o, com a neta ao colo, e disparou mais cinco tiros, acabando a vítima por tombar inanimada próximo do seu veículo automóvel.

Após o crime, o suspeito entregou-se no posto local da GNR, levando consigo o revólver utilizado.

O Ministério Público (MP) entende que o arguido já tinha o crime premeditado uma semana antes de alegadamente cometer o homicídio.

"O arguido decidiu logo após a primeira visita do pai levar para a segunda visita uma arma de fogo de defesa pessoal que desde logo projetou utilizar se as circunstâncias o permitissem para alvejar a vítima", pode ler-se na acusação.

O juiz Jorge Bispo que preside ao coletivo que irá julgar o caso já agendou 11 sessões para o mês de setembro (dias 6, 7, 11, 12, 14, 18, 19, 21, 25, 26 e 28).

Na sessão de hoje, deve começar por ser ouvido o arguido, caso aceite responder às perguntas dos juízes, do MP e dos advogados, dando depois lugar aos dois assistentes no processo, Isabel e Modesto Mendes, respetivamente mãe e irmão da vítima, seguindo-se a audição das testemunhas.

Entre as 16 testemunhas arroladas pela acusação estão várias pessoas que presenciaram o trágico acontecimento, incluindo aquela que era a atual companheira do advogado e a sua sobrinha, a juíza Ana Joaquina, filha do homicida, e Milton Albano dos Santos, amigo do arguido.

O tribunal irá ainda ouvir dois consultores técnicos e um perito de uma empresa com experiência nas áreas da informática e novas tecnologias de informação.

Entre as provas apresentadas pelo MP está uma gravação do ficheiro de vídeo do homicídio, que foi capturado a partir de um telemóvel e que andou a circular na Internet.

Retirada daqui