Um rapaz de 23 anos sofria de inflamação do miocárdio e estava
pronto para receber um transplante de coração, que os médicos consideravam
insuficiente para o salvar.
No dia da cirurgia, o coração do jovem começou a
bater sozinho, sem a ajuda das máquinas que o tinham mantido vivo até à altura.
Segundo a rede televisiva norte-americana "ABC", quando o jovem entrou na emergência de um hospital, em
agosto, o seu coração apenas funcionava a 25%.
Crowe teve que ser transferido para o Centro Médico do Nebraska, altura em
que a percentagem desceu para menos de dez por cento. O doente foi então ligado
a uma máquina que fazia as funções de coração, bombeando sangue pelo corpo todo.
"Quando o coração para, considera-se que é morte clínica. Neste caso o seu
corpo apenas se manteve vivo porque a máquina estava a bombear o sangue por
ele", explicou à ABC John Um, diretor cirúrgico dos transplantes de coração no
Centro Médico do Nebraska.
Crowe manteve-se ligado à máquina, em coma medicamente induzido, durante três
semanas, ao final das quais foi encontrado um dador de coração compatível. Mas
entretanto o jovem contraiu a infeção no sangue e os médicos concluíram que não
deveria conseguir sobreviver após o transplante.
Ainda no mesmo dia, um dos médicos reparou que a pressão arterial de Crowe
estava a aumentar, o que não podia acontecer se o corpo apenas estivesse a
receber sangue artificialmente.
"O coração dele começou a trabalhar sozinho. O lado esquerdo estava a bombear
sangue outra vez. O lado direito estava ainda fraco, por isso diminuímos o
trabalho da máquina. Naquela altura, ele estava em muito boa forma" contou John
Um.
A explicação dada pelo médico para a cura de Crowe é que a resposta
imunitária do coração à doença foi "desligar-se" para combater a infeção, tendo
conseguido fazê-lo sozinho. A máquina de bombear o sangue manteve o jovem vivo
enquanto o coração se regenerava.
Para o médico, foi a primeira vez que o coração de um dos seus pacientes
recuperou sozinho depois de estar tanto tempo ligado à máquina. Agora o jovem já
se encontra em casa, de boa saúde.
Embora haja a possibilidade deste ter problemas de coração no futuro, John Um
afirma que os jovens costumam fazer uma recuperação total, e que começam a
surgir casos como estes na medicina.
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