quarta-feira, 2 de maio de 2012

O DOM DO ENCONTRO

Estamos aqui, condenados à morte, em busca de força para fazer um caminho que traz inquietações a cada momento, mas que também nos leva mais a cada passo.



Não estamos sós – nunca se está só quando se espera alguém – porque há quem queira construir este caminho connosco, esquecendo-se do seu.

Há alguém que nos segue em silêncio.

Diferente dos outros, não nos ajuda a levantarmo-nos quando caímos, mas também não se aproveita da proximidade para nos derrubar. Anda por aqui à nossa espera, admirando a forma como sonhamos e a força com que lutamos pelas realizações da nossa vida. Por vezes, empresta-nos a sua vontade e dá-nos mais firmeza e coragem para sermos felizes. E somos. Mesmo quando não nos damos conta disso.

A vida de cada um de nós é essencial para Deus. Mas, que razão o terá levado a criar para si mesmo esta prisão?

O amor é a entrega da vida. É saber que se é um meio para que o outro seja feliz. Uma força pura para a realização dos sonhos de outrem. Um sentido para a vida.

Neste mundo, os dias do amor são sempre curtos.

É urgente perceber que não vamos ficar aqui para sempre. Este mundo não é, contudo, um lugar menor. É um espaço e um tempo de belezas infinitas. É preciso olhar de forma pura o que nos rodeia, aprender a ver outra vez o sol e a chuva, a areia e as ondas. Que são sempre belas, desde que quem as sente as faça assim.

Se tudo te parecer cinzento e calado, talvez esteja assim... porque tu queres.

Afinal, para mudar uma paisagem, é preciso mudares o que sentes.

José Luís Nunes Martins, aqui