A lentidão do sistema
judiciário português é uma das preocupações da Comissão Europeia e um
dos domínios em que Bruxelas quer ver um aceleramento das reformas
previstas no âmbito do programa de ajustamento negociado por Portugal
com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.
O assunto será discutido diretamente entre a
vice-presidente de Durão Barroso e a ministra da Justiça, Paula Teixeira
da Cruz, num dos vários encontros que terá ao longo do dia na capital
portuguesa. Viviane Reding garante que a Comissão vai "prestar o
apoio necessário" a Portugal neste domínio para "acelerar as reformas e
torná-las irreversíveis".
"Economia portuguesa estava esclerosada"
No discurso na universidade, a comissária luxemburguesa
de Durão Barroso vai ainda elogiar Portugal por ter sido o primeiro
país a ratificar o novo Tratado Orçamental: "Portugal mostrou a sua
recusa em repetir os erros do passado. Esta foi a primeira declaração de
independência dos mercados. Portugal está a preparar-se para a vida
após a dívida".
No atual mandato, Viviane Reding tem-se destacado por
assumir posições políticas fortes, muitas vezes fora do âmbito do seu
pelouro, como quando defendeu que o seu colega Olli Rehn assumisse a
presidência do Eurogrupo. Antes, foi protagonista na guerra entre
Bruxelas e Paris, ao contestar e agir formalmente contra a decisão de
Nicolas Sarkozy de expulsar ciganos, que comparou às deportações nazis.
Perante os estudantes de Direito da Lusíada, Viviane
Reding vai defender o sucesso do programa de ajustamento que Portugal
está a aplicar e prepara-se para deixar rasgados elogios ao Governo de
Passos Coelho: "Mesmo sem um tal programa as reformas eram necessárias. A
economia portuguesa estava esclerosada. Precisava deste
primeiro-ministro e deste Governo para concretizar as reformas".
Ao longo do dia de hoje, Viviane Reding manterá ainda
reuniões com o primeiro-ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, a
presidente da Assembleia da República e com os membros de várias
comissões parlamentares.
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