O chamado ‘caso Miguel Relvas’ tem, pelo menos, um mérito:
subitamente, descobriram-se insuspeitos defensores da liberdade de
imprensa que se mantiveram calados durante os últimos seis anos.
Não
será apenas mera coincidência que o silêncio dos novos indignados com
as pressões de um governante sobre jornalistas corresponda ao período em
que José Sócrates foi primeiro-ministro.
A
oportunidade não pode ser desperdiçada: doa a quem doer, deveriam
reabrir-se também os diversos processos de investigação às pressões do
anterior governo sobre a comunicação social, incluindo a publicação de
emails privados com conversas entre um jornalista e a respectiva fonte.
É preocupante para o actual Governo a fragilização de um político responsável por dossiês tão importantes como a privatização da RTP ou reformas tão relevantes como a do poder local. Os resultados vão mostrar até ao final de 2012 se Relvas se tornou um ministro condicionado.
Paulo Pinto Mascarenhas, aqui