quinta-feira, 24 de maio de 2012

CORTA RELVAS

O chamado ‘caso Miguel Relvas’ tem, pelo menos, um mérito: subitamente, descobriram-se insuspeitos defensores da liberdade de imprensa que se mantiveram calados durante os últimos seis anos.

Não será apenas mera coincidência que o silêncio dos novos indignados com as pressões de um governante sobre jornalistas corresponda ao período em que José Sócrates foi primeiro-ministro.
O líder do PS, António José Seguro, está coberto de razão quando exige que a verdade seja apurada até às últimas consequências, "doa a quem doer".

A oportunidade não pode ser desperdiçada: doa a quem doer, deveriam reabrir-se também os diversos processos de investigação às pressões do anterior governo sobre a comunicação social, incluindo a publicação de emails privados com conversas entre um jornalista e a respectiva fonte.

É preocupante para o actual Governo a fragilização de um político responsável por dossiês tão importantes como a privatização da RTP ou reformas tão relevantes como a do poder local. Os resultados vão mostrar até ao final de 2012 se Relvas se tornou um ministro condicionado.

Paulo Pinto Mascarenhas, aqui