A segurança já não é o que
era.
Antes, podia deixar-se a porta aberta ou entreaberta, que não havia o
perigo de mãos alheias. Era a boa vizinhança. Hoje ninguém conhece ninguém,
campeia a insegurança, multiplicam-se os gangues, os assassinatos, assaltos a
caixas de multibanco, gasolineiras, CTT, ourivesarias (ouro roubado aqui e
vendido em Espanha), casas, colmeias, manadas de gado, velhos solitários.
As cadeias estão
superlotadas, sem condições (13285). Os que as ocupam são 80% de portugueses e
20% de estrangeiros (quadrilhas dos países de Leste) e gasta o país 40 euros/dia,
na hospedaria. Por erro de cálculo, o socialismo é sempre uma festa e laxismo e
a social-democracia enferma de males semelhantes, pintando o país de oásis, não
prevendo os governos as graves consequências do desemprego e da fome, nem tão
pouco o resultado das fronteiras abertas a toda a espécie de máfias - Romenos
são recrutados para os roubos e chegam de camioneta - pouco foi investido na
construção de cadeias. Talvez, em nome de uma democracia (bacoca e podre).
Agora, as cadeias não chegam e ainda não foram presos quantos ladrões e pulhas,
de colarinho branco, nossos, andam rindo por aí. Os governos também esqueceram que
estamos sempre mais seguros, quando há ordem, de cima para baixo, emprego e pão
e menos austeridade.
Agora, nesta fase do campeonato
em que se nota o país cada menos seguro, a arder de medos, o Secretário de
Estado da Justiça admite a compra de duas cadeias: os Estabelecimento Prisionais
de Lisboa (EPL) e de Castelo Branco, vendidos pelo anterior governo para fazer
dinheiro para tapar algum buraco ou entrar nos gastos loucos e sem critério. É
o vende agora, compra logo. É a falta de visão. Todavia, só o EPL custará no
mínimo 60 milhões de euros que foi por quanto foi vendido. Já o de Castelo
Branco foi alienado à Câmara por 5 milhões de euros. Quer dizer, os governos
têm estado numa de poupança, quanto a polícias e cadeias, mas isso acaba por
facilitar o trabalho à gatunagem que deixa sempre mais pobre o país e atordoado
o povo.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 26 de Abril de 2012