Manuela, com 80
anos, recebe esta terça-feira a visita da filha, de 44 anos, que nunca
conheceu, porque os médicos lhe disseram que morrera durante o parto.
Afinal, tinha sido roubada e dada para adoção.
Manuela - cujo apelido a família pediu para ocultar -
com quase 80 anos, diz que sempre suspeitou que a criança recém-nascida,
que agarrou a sua mão com uma "força excecional", não morreu no parto,
como lhe garantiram o médico e o padre com quem entretanto conversou.
O médico, que anestesiou Manuela para um parto natural, disse que o filho era um rapaz e que não chegou sequer a ver a luz. "Nem um dia da sua vida a minha mãe deixou de pensar naquele bebé", conta Eva, a filha mais nova de Manuela, com 38 anos. "Um bebé com tanta força não pode morrer", repetia a sua mãe desde há 44 anos.
Quando Maria Jesus
foi tirar o Documento Nacional de Identidade, aos 14 anos, o seu pai
adotivo pagou dois milhões de pesetas para que fosse considerada como
nascida no seio da família adotiva.
María Jesus foi a primeira
mulher a quem um juíz autorizou a consultar os arquivos da Província de
Valência para encontrar o paradeiro da sua mãe biológica. O reencontro
com a mãe será o ponto final de uma busca persistente que já dura há
seis anos.
María Jesus, quando soube que tinha sido encontrada a sua mãe biológica, deslocou-se a As Pontes, um concelho da província da Corunha, na Galiza, para a conhecer. Será o reencontro com a mãe que lhe "roubaram há 44 anos", afirma
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