Para início de livro, a autora. Virginie Despentes (que nos é dada como ex-mulher a dias, ex-prostituta, ex-crítica de filmes pornográficos e cineasta), tem o condimento substancial para nos agarrar à leitura. Porém, à medida que entram em cena as duas detectives (Hiena, lésbica, arisca e com sincrética destreza intelectual, e a narradora, que acaba por ter uma relação lésbica, em Barcelona, durante as investigações), a história torna-se sensaborona até ao imprevisto final de Valentine.
Assim, a fugitiva e o seu apocalipse surpreende e desilude. Transformando-se num penoso bocejo literário.
Bocejo que nos leva a questionar a importância dos prémios literários. Apocalypse baby venceu o Prémio Renaudot. É obra premiada como muitas, em Portugal e no estrangeiro, suculentas em desnecessários bocejos literários.
(Vítor Pinto Basto)
TÍTULO: Apocalypse baby
AUTOR: Virginie Despentes
EDITOR: Sextante
PREÇO: 16.60 euros
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