O Comissário europeu para o Emprego, Laszlo Andor, vai amanhã apresentar uma proposta para atrasar a idade de reforma na União Europeia, a justificação é uma só: cada vez há mais reformados para menos ativos.
Se nada mudar, a relação de dependência de reformados para activos, passará de 26% hoje para 50% em 2050. Ou seja daqui a cerca de 40 anos haverá o mesmo número de ativos e de reformados. Esta inversão demográfica vai tornar-se insuportável para as finanças públicas, ainda que atualmente mais de 10% do PIB já seja gasto em pensões.
Assim, como avança o Les Echos, o Comissário para o Emprego, Laszlo Andor, vai amanhã apresentar, em nome da Comissão Europeia, um apelo aos Estados europeus para atrasar a idade de reforma de forma generalizada.
Bruxelas diz que a solução não pode ser a mesma para todos os países tendo em conta as diferentes estruturas demográficas e acrescenta que a idade da reforma é o ajuste variável mais lógico tendo em conta o aumento da esperança média de vida, mas afirma que não é o único.
A outra variável, é a taxa de emprego. Entre as faixas etárias dos 55-64 anos, as taxas de emprego variam muito de Estado para Estado. Por exemplo a França tem a menor taxa de emprego, com 39,7%, quando a Suécia tem uma taxa de a utilização de mais de 70%.
A grande disparidade mostra que é necessário considerar o sistema laboral em várias vertentes, com prioridade dada ao emprego para pessoas mais velhas, com um misto de aposentadoria/emprego, mudanças no sistema ativo, entre outros.
Bruxelas não tem poder de decisão direto sobre as pensões, mas é um bom ponto de partida para o debate do tema. O assunto chega amanhã à mesa das negociações da Comissão.
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