Há dias, adquiri um escritório na praça do Município e eis a minha surpresa quando me apresentei nas Finanças, para legalizar a operação.
A conta que me foi apresentada ultrapassou, em aproximadamente 45%, o valor que eu tinha calculado para o IMT. Isto, baseado na lei e no preço real, por que adquiri o imóvel!
Julgando tratar-se de um erro contabilístico, procurei saber a razão da diferença entre os meus cálculos e o dos zelosos funcionários das Finanças.
Afinal não havia erro dos funcionários!
O que havia, e há, é uma especulação cega dos poderes públicos e políticos a este desgraçado povo; o que há é uma prepotência desmedida do legislador e um tal abuso de poder só comparável ao que era praticado e esmagava os servos da gleba, no tempo do feudalismo.
Porquê este desabafo?
Tão só porque, comprei o imóvel por 50.000 euros, e os todo-poderosos que governam esta coisa, este sítio a que chamam um País, chamem-lhe o que quiserem, obrigaram-me a pagar impostos sobre 72.400 euros (setenta e dois mil e quatrocentos).
Agora percebo por que é que milhares de operários da construção civil estão no desemprego e porque é que outros tantos milhares pertencentes às indústrias subsidiárias a este ramo (cerâmica, mobiliário, ferragens, iluminação, transportes etc., etc., etc.,) estão a entrar em agonia.
Entretanto, abundam em todas as esquinas os letreiros de “VENDE-SE”, “VENDE-SE”, “VENDE-SE”, mas só os “burros”, é que compram.
Quem estará disposto a adquirir imóveis com impostos IMT desta natureza e encargos de 1.000 euros (mil euros) por ano com o IMI?
Isto toca a raia do escândalo e até alguns funcionários das Finanças se sentem constrangidos quando têm que apresentar a conta, mais ainda quando lhes são pedidas explicações.
Mas lei é lei e eles estão ali para cumpri-la!
Para além de eu considerar estas leis roubos legalizados, os responsáveis políticos que as criaram e as aplicam demonstram pouca inteligência, por não terem ainda percebido que a sua sofreguidão por dinheiro está a matar a galinha dos ovos de ouro.
Não tarda, termos que viver em barracas improvisadas e, quem sabe, mudá-las em cada 24 horas!