segunda-feira, 28 de novembro de 2011

APOIO À CULTURA

No período de antes da ordem do dia da última reunião do executivo municipal de Oliveira do Bairro foi apresentada uma ideia que parece simples e que, essa sim, não obstante ser de verdadeiro apoio à cultura, é modesta em demasia para que dê lugar a uma qualquer homenagem.

Sendo anualmente distinguidos pelo Jornal da Bairrada os onze melhores alunos das escolas básicas de 2º e 3º ciclos e secundária do concelho de Oliveira do Bairro, que frequentam os 9º e 12º anos, pelo seu bom desempenho na disciplina de Português seria excelente que, através do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, fosse lançado um repto a estes alunos, incentivando-os a escrever periodicamente textos da sua autoria, a que fosse dada visibilidade pelo Jornal da Bairrada, assumindo a câmara municipal o compromisso de publicar anualmente a compilação estes textos, compilação esta a apresentar na edição seguinte dos Prémios Escolares.

Importa referir que do Plano e Orçamento para 2012 resulta um aumento de 2.500,00 € para edição de publicações; mas para a eventualidade de haver dúvidas sobre que despesas cortar para permitir esta publicação, bastará substituir o tipo de papel do Boletim Municipal, optando-se por papel reciclado; reduzir para metade nas dúzias de foguetes em cada um dos eventos em que habitualmente são lançados; suprimir a iluminação de natal e o passeio de autarcas para a sua inauguração, afectando 20% do valor habitualmente gasto à iniciativa proposta, e utilizando o remanescente (80%) na aquisição de cabazes de Natal a serem entregues à CÁRITAS e às IPSS’s do concelho.

Se mesmo assim a verba fôr insuficientente para essa publicação, pode ainda proceder-se à eliminação da pródiga entrega de cabazes de Natal a autarcas.

Ainda no âmbito da actividade cultural, não foi convincente a justificação dada para a retirada do Museu de Etnomúsica da Bairrada, pelo seu actual proprietário Vitor Pereira, do espólio documental que pertenceu a Manuel Caetano Tomé Ferreira, e que aí se encontrava depositado para tratamento e preservação.

Porque em 15 de Maio deste ano de 2011 se comemorou o centenário de nascimento de Manuel Caetano Tomé Ferreira, figura incontornável da vida musical de Malhapão e uma das emblemáticas figuras da história da música concelhia, cujo mérito se encontra publicamente reconhecido pelo Grupo Juventude de Malhapão através da colocação do seu busto num jardim daquela lugar, era importante que fossem conhecidas as efectivas razões pelas quais não foi analisado devidamente classificado o vasto espólio documental que conta a vida e obra deste músico e compositor, que durante anos esteve no Museu de Etnomúsica da Bairrada.

Ainda com a mesma ligação à música, seria igualmente importante que se fossem clarificadas as razões que conduziram ao desinteresse do Capitão Amílcar Morais em depositar o seu espólio de partituras e obras musicais no Museu de Etnomúsica da Bairrada.


Para que se perceba o alcance destes desfechos, basta referir que ao Museu de Etnomúsica não basta que o seu acervo patrimonial seja constituído por instrumentos musicais, por muito interesse que tenham: afinal, instrumentos há-os em muitas lojas de velharias.

Muito mais importante que isso são os documentos, únicos em si mesmos.

E por isso mesmo insubstituíveis.